Polícia
Empresário que denunciou prefeito e desembargador é morto a tiros
Kleber Malaquias de Oliveira foi assassinado na tarde desta quarta-feira (15) em um bar na Mata do Rolo, em Rio Largo
Conhecido por fazer denúncias contra políticos e autoridades, o empresário Kleber Malaquias de Oliveira foi morto a tiros na tarde desta quarta-feira (15) em um bar na Mata do Rolo, em Rio Largo, região Metropolitana de Maceió. Entre os denunciados por ele estão prefeitos e até um desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas.
Kleber costumava publicar vídeos nas redes sociais com denúncias. Ele era conhecido como 'Bode Rouco' e chegou a testemunhar contra o desembargador Washington Luiz em um processo que investigava a tentativa de homicídio ao juiz Marcelo Tadeu.
Em um Boletim de Ocorrência registrado em 2019, o empresário relata que teve acesso a conversas e áudios de WhatsApp com ameaças contra ele e que temia ser morto. Segundo moradores da cidade, a vítima tinha uma locadora de veículos, que fechou. Atualmente ele vendia queijos.
Policiais da Delegacia de Homicídios de Rio Largo foram acionados ao local. Não há informações sobre quem cometeu o crime, que ocorrer em um lugar conhecido como "bar da buchada".
Em entrevista ao Gazetaweb, o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Rocha Lima, relatou que a vítima consumia bebida alcoólica em um posto de combustível com amigos, quando decidiu se dirigir até o bar. No local, ele chegou a ingerir quatro cervejas e foi ao banheiro. Nesse momento, um indivíduo, que estava sentado com outras duas pessoas em uma mesa, seguiu Malaquias até o banheiro e efetuou os disparos, que atingiram a cabeça e o peito do empresário. Em seguida, o suspeito fugiu em um carro Volkswagen Gol preto.
Denúcias
Kleber Malaquias morava em Rio Largo e já fez denúncias contra o atual prefeito do município, Gilberto Gonçalves, e também contra o ex-prefeito da cidade, Toninho Lins. A denúncia de maior repercussão resultou no afastamento do desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), Washington Luiz Damasceno Freitas, por cerca de dois anos. As acusações eram sobre o caos conhecido como "máfia da merenda". Mas, após extensa investigação, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julgou improcedente o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que afastou o desembargador das suas funções e também da presidência do Tribunal de Justiça. Com isso, ele retomou o trabalho na Corte.