Polícia
Operação nacional cumpre mandados em Maceió para deter organização
Foram mobilizados 118 agentes de polícia de todos os estados envolvidos, assim como promotores de Justiça
Uma operação nacional, deflagrada na manhã desta terça-feira (15), com a participação da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) e da Capitania dos Portos, tenta desarticular um estruturado grupo com atuação interestadual e internacional, acostumado a praticar diversos crimes. Ao todo, foram expedidos 126 mandados judiciais para serem cumpridos, simultaneamente, em Maceió e nos estados do Espírito Santo, São Paulo e Ceará.
A organização criminosa alvo da Operação Piànjú é suspeita de cometer lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados, falsidade ideológica, estelionato e falsa comunicação de crime.
Dos 126 mandados expedidos, 18 são de prisão preventiva, 5 de prisão temporária, 30 de busca e apreensão, 23 sequestros de embarcações, 43 ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e 2 ordens judiciais de suspensão de atividades econômicas.
Dentre as ordens de busca e apreensão, encontram-se 12 imóveis, três veículos de luxo (Porsche Panamera, Maserati Granturismo S e Mercedes Benz Gla200ff), 12 motos aquáticas e 11 embarcações.
As equipes policiais estão dando cumprimento nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica (no Espírito Santo); São Paulo, Santos e Jaguariúna (em SP); em Fortaleza (Ceará); além de Maceió (AL).
Foram mobilizados 118 agentes de polícia de todos os estados envolvidos, assim como promotores de Justiça. De Alagoas, estão no trabalho os policiais da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, sob a coordenação do delegado Thiago Prado.
Equipes fazem buscas durante cumprimento de mandados judiciais
Durante dois anos de investigação, a Divisão de Furtos e Roubo de Veículos comprovou que a célula da organização criminosa investigada estava instalada no Espírito Santo e era composta por dois grandes empresários capixabas (além de diversos outros membros).
O grupo, segundo a polícia, agia como "prestadora de serviços" de lavagem de capitais para outras organizações criminosas, possuindo, inclusive, ligação com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito de diversas fases da Operação Lava Jato, dentre elas a Operação Chorume, Operação Descarte, bem como empresas que já foram investigadas por atuar com os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama, todos no âmbito da Força Tarefa da Operação Lava Jato.
A investigação apontou, ainda, que havia uma ligação desta célula com uma empresa investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, por desvios de mais de R$ 98 milhões em ICMS. A organização criminosa movimentou mais de R$ 800 milhões, conforme previsão da polícia.
Os alvos dos mandados de prisão seriam os responsáveis pelo esquema de lavagem de capitais, que era realizada por meio de empresas de fachada e fictícias criadas, valendo-se de identidades falsas, expedidas pelo Setor de Identificação da própria Polícia Civil do Estado do Espírito Santo. A organização criminosa se valia da precariedade do sistema atual de emissão de identidades civis. Os beneficiários da lavagem, ou seja, os "clientes", tinham os valores remetidos para contas de empresas na China e EUA.