Polícia
Mãe de criança espancada pelo padrasto também era torturada, segundo delegado
Mais uma informação no caso da criança que foi vítima de maus-tratos pelo padrasto em Pão de Açúcar pode trazer novos direcionamentos à investigação. Segundo a Polícia Civil (PC), todos os membros da família sofriam agressões. A mãe da criança e uma irmã de 9 anos de idade também foram vítimas do agressor.
As declarações partiram da própria mãe, na ocasião em que foi lavrado registro do termo de flagrante, que culminou na prisão do padrasto, após constatação de que o mesmo havia cometido agressões contra a criança de 5 anos, deixando-a com perna, braço e costelas fraturados e correndo risco de morte.
Segundo o delegado Edvaldo Menezes, titular da Delegacia de Pão de Açúcar, a mãe apresentava lesões de agressões e chegou a ser amarrada com cordas pelo companheiro. Ela deve ser encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), nos próximos dias, para realização do exame de corpo de delito. A filha, por sua vez, não apresenta mais marcas de lesões.
"Ainda não ouvimos ninguém. Ontem, o dia foi apenas para intimações. A mãe das crianças, no entanto, não deve mais ser ouvida, pois já iremos considerar as declarações feitas por ela no termo de flagrante", informou o delegado.
Investigação
Devem ser ouvidas nesta quarta-feira (28), em Pão de Açúcar, no interior de Alagoas, as testemunhas do caso, que consistem em pessoas próximas do menino e familiares, o que será essencial para entender o motivo da agressão sofrida pelo menor.
Conforme a mãe da vítima, o marido sentia ciúmes da sua relação com o filho.
Antônio Carlos segue preso, após confessar, em depoimento à polícia , que espancou e queimou a criança.
O caso
Antônio Carlos foi preso, na última quarta-feira (21), em Pão de Açúcar, suspeito de torturar o enteado. Dentre as agressões, o padrasto teria queimado as partes íntimas da criança com um ferrão usado para marcar animais e quebrado algumas costelas do menino.
O caso foi descoberto após a mãe levar o menor para atendimento médico na unidade de saúde local, onde os profissionais não acreditaram na versão de queda de cavalo contada por ela e acionaram o Conselho Tutelar e a Polícia Militar (PM).
Não bastasse tanto sofrimento, o pequeno J.S. ainda passou por um grande susto durante o atendimento. Isso porque, enquanto era transportado de uma unidade de saúde na cidade de Santana do Ipanema para outra em Arapiraca, a ambulância em que ele estava pegou fogo.
Felizmente, a criança foi retirada imediatamente com segurança, de dentro da viatura, pelos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sem nenhum dano físico, e, em seguida, transportada até o hospital em Arapiraca, onde segue internada.