Polícia
Após perícia, vice-prefeita é investigada como possível mandante do crime
Empresário foi assassinado a tiros em um bar na Mata do Rolo, em Rio Largo
A última ligação telefônica do empresário Kleber Malaquias, horas antes de ser assassinado no dia 15 de julho do ano passado, foi para a primeira-dama e vice-prefeita de Rio Largo, Cristina Gonçalves. A tensa conversa entre os dois, recuperada após perícia no aparelho celular de Malaquias, tratava sobre dinheiro. O empresário cobrava a quantia de R$ 30 mil, valor referente a uma suposta prestação de assessoria política.
Pessoas próximas da família Gonçalves, no entanto, classificavam a atitude de Malaquias como um ato de extorsão. Esta semana, a imprensa obteve informações sobre o inquérito, que entrou na fase final das investigações. A conversa telefônica entre Kleber e a primeira-dama - cujo nome de batismo é Maria Cristina Cordeiro da Silva -, foi presenciada pelo sargento da Polícia Militar José Mário de Lima Silva, na loja de conveniência de um posto de combustível localizado em frente ao Aeroporto Zumbi dos Palmares.
O empresário também estava acompanhado por Edinaldo Estevão de Lima, conhecido como Galeguinho do Som, que trabalha como motorista e locutor de carro de som. O sargento Mário e Edinaldo Estevão foram presos há cerca de um mês, acusados de envolvimento na morte de Malaquias.
Entenda o caso
O empresário Kleber Malaquias de Oliveira foi assassinado na tarde do dia 15 de julho do ano passado em um bar na Mata do Rolo, em Rio Largo, região Metropolitana de Maceió. A vítima era conhecida na região por fazer denúncias contra políticos e autoridades.
Policiais da Delegacia de Homicídios de Rio Largo foram acionados ao local. Não há informações sobre quem cometeu o crime.
Kleber era conhecido como ‘Bode Rouco’ e publicava vídeos nas redes sociais com as denúncias. Ele chegou a testemunhar contra o desembargador Washington Luiz em um processo que investigava a tentativa de homicídio ao juiz Marcelo Tadeu.
Em um Boletim de Ocorrência registrado em 2019, o empresário relata que teve acesso a conversas e áudios de WhatsApp com ameaças contra ele e que temia ser morto.
Segundo moradores da cidade, a vítima tinha uma locadora de veículos, que fechou. Na época ele vendia queijos.