Polícia

Maceió: idoso preso indevidamente morre pouco após sair da penitenciária

Cícero Maurício da Silva foi detido por uma denúncia de estelionato, de acordo com a defesa do homem, ele desconhecia o processo e era analfabeto

Por Redação com com informações do blog do Edivaldo Júnior 26/09/2021 15h03
Maceió: idoso preso indevidamente morre pouco após sair da penitenciária
Enquanto estava preso, Cícero Maurício da Silva, de 63 anos, não teve contato com a família e nem advogados - Foto: Reprodução

Cícero Maurício da Silva, um idoso de 63 anos, morreu na tarde dessa sexta-feira (24), em frente ao Presídio de Segurança Máxima I (PMS1), em Maceió. Silva, que passou 32 dias detido no presídio, acabara de ser liberado da penitenciária após a Justiça de Alagoas concluir que sua detenção era indevida.

O homem teve um ataque cardíaco pouco antes de entrar no Uber que iria leva-lo para casa. O motorista contou que o idoso morreu antes de entrar no veículo. Durante o período preso, Silva não teve contato com a família ou advogados.

Segundo o jornal O Globo, Cícero estava impedido por conta da greve dos policiais penais de Alagoas, movimento declarado ilegal pela Justiça alagoana. Segundo a família, o homem passou mal devido a ansiedade para deixar a cadeia.

Silva foi preso em 23 de agosto quando tentava tirar um novo documento de identidade. Na ocasião, a polícia anunciou a existência de uma ordem de prisão referente a um processo por estelionato que começou a tramitar em 2010. De acordo com o mandado, Silva havia vendido um mesmo terreno para mais de uma pessoa.

Segundo a defesa de Silva, o idoso desconhecia a denúncia, era analfabeto, não usava qualquer tecnologia, não sabia o que é uma citação por edital e tampouco saberia pesquisar nas plataformas digitais da Justiça para saber que era processado.

Antes de conseguir o alvará de soltura, Silva teve dois habeas corpus negados, um pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) e outro pelo Superior Tribunal de Justiça. Somente em 22 de setembro o juiz Thiago Augusto Lopes de Morais reconheceu a prescrição do crime.