Polícia
PF prende traficante mineiro que ostentava vida de luxo em hotel em Maceió
Preso responde a crimes de tráfico ilícito de entorpecentes, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa
Foi preso nesta terça-feira (05), em Alagoas, o mais importante traficante de drogas do triângulo mineiro. Conhecido pelas viagens caras e pelo gosto refinado, O homem, conhecido como Wesley Gonçalves da Silva, ou “Wesley Agito”, de 37 anos, é alvo de operação da Polícia Federal e foi encontrado hospedado em um hotel de luxo na Capital.
A estimativa é de que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos.
O suspeito foi levado para a sede da PF, em Maceió, e depois encaminhado ao sistema prisional de Alagoas, onde fica à disposição da Justiça.
O grupo é investigado também por participação no comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro, além de traficar, ele também produzia a droga comercializada e adquiria os insumos químicos através de empresas regulamentadas.
De acordo com a PF, foram apreendidos armas, drogas e R$ 850.000,00 em dinheiro. Ao todo, 95 prisões efetivadas e 115 carros apreendidos.
Operação Balada
A prisão faz parte da Operação Balada, deflagrada pela Polícia Federal, em Uberlândia/MG, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada no tráfico de drogas e de armas de grosso calibre e lavagem de dinheiro.
Cerca de 850 Policiais federais cumprem 247 mandados de prisão e 249 mandados de busca e apreensão, além de centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes, expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.
Foi batizada com este nome pelo fato dos investigados ostentarem em redes sociais a organização de diversas festas de luxo, no Brasil e em outros países, realizando gastos elevados em tais eventos, com uso de iates e carros esportivos.
A operação foi deflagrada com apoio da Polícia Penal da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Estado de Minas Gerais, que colaborou com um efetivo de 35 policiais penais, para custódia e transporte dos presos.
Em Alagoas atuaram agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal em Alagoas (DRE/AL).
Organização Criminosa
A organização operava um estruturado esquema de tráfico de drogas e preparava entorpecentes para comercialização, mediante emprego de insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. No período de sete meses, foram comprados, no mercado regular, insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.
A droga era remetida dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia, armazenada no Triângulo Mineiro e, posteriormente, distribuída a várias regiões do país, em especial os estados de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
PF/MG
Operação Balada
As investigações revelaram, também, que o grupo atuava no tráfico ilegal de armas de fogo de grosso calibre. No curso dos trabalhos, foi apreendido um carregamento de oito fuzis e 14 pistolas, em março de 2020, na cidade de Uberlândia. O armamento comercializado pelo grupo era adquirido no Mato Grosso do Sul, transportado para Uberlândia, e, posteriormente, destinado a grupos da região do Triângulo Mineiro, especializados no tráfico de drogas e roubos a banco, bem como a uma facção criminosa estabelecida no Rio de Janeiro/RJ. Os investigados utilizavam veículos especialmente preparados para o transporte das armas, com emprego de batedores durante os seus deslocamentos.
Para dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas de fachada e a aquisição de postos de combustíveis, hotéis, fazendas, imóveis, veículos e embarcações de luxo. Estima-se que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos.
As contas bancárias e bens identificados foram bloqueados por determinação judicial, assim como aproximadamente uma centena de imóveis.