Polícia
Caso Rhaniel: delegado confirma que mãe, padrasto e cunhado foram autores do crime
Coletiva de imprensa foi realizada na manhã desta segunda-feira (22)
Na manhã desta segunda-feira (22), a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil de Alagoas realizaram uma coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP), no Centro de Maceió. O delegado Ronilson Medeiros confirmou que após mais de 2 meses de investigação, o caso do menino Rhaniel, morto aos 10 anos, finalmente chegou ao fim.
As investigações resultaram nas prisões de Ana Patrícia, mãe de Rhaniel, e Wagner Oliveira, irmão do padrastro da vítima, que foram presos na última sexta-feira (19). O padrasto de Rhaniel, Vitor Oliveira, já estava preso desde junho, quando foi acusado de estupro contra uma adolescente de 12 anos, prima da vítima.
O delegado Bruno Emílio disse que a investigação seguiu por diversas linhas, e apesar da mãe ter a credibilidade de genitora, foi constatado diversos conflitos familiares, além dela se vitimizar constantemente e ter ido a imprensa defender o padrasto.
O delegado informou ainda que Ana Patrícia chegou a simular uma tentativa de suicídio, mas durante os exames médicos nenhuma substância foi encontrada em seu organismo.
Durante a coletiva, foi mostrado ainda o histórico de pesquisa da mãe da criança, que um dia antes do homicídio realizou 78 pesquisas de cunho pornográfico envolvendo adolescentes e idosos e 46 pesquisas sobre estupro e homicídio, o que segundo o delegado, demonstra uma pré-disposição para o crime.
“Isso já demonstra uma pré-disposição para esse tipo de crime. A mãe teria acobertado tudo, e ajudado a ocultar o corpo, mas maiores detalhes do envolvimento só seria possível com uma confissão. Existem relatos de que ela já espancou o menino antes, a criança reclamava de diversas situações, e há históricos dessa relação conflituosa em casa", conta o delegado Bruno Emílio.
As investigações apontam que o corpo foi desovado na madrugada do dia 13, quando a mãe e o padrasto estavam com o secretário de segurança em Pernambuco na casa do pai da criança. Por conta disso, a polícia passou a considerar a hipótese do envolvimento de uma terceira pessoa. A investigação logo chegou a Wagner.
O delegado Ronilson Medeiros contou também que antes do primeiro jogo da final do Campeonato Alagoano 2021 contra o CRB, o CSA havia homenageado o menino Rhaniel, que era um grande torcedor do time. A bola da partida foi dada à mãe, que logo a vendeu, uma atitude suspeita.
"Essa bola foi vendida por R$ 1.500, dias após o jogo. Por qual motivo essa bola seria vendida se era uma homenagem para o menino?", relata o delegado.
De acordo com o Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima (IML de Maceió), Rhaniel foi morto na madrugada do dia 12 de maio, vítima de asfixia por aspiração de sangue, em decorrência de ferimentos provocados por instrumento contundente.
Os delegados informaram que o inquérito foi concluído e remetido à Justiça. Os suspeitos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e estupro de vulnerável.
Caso Rhaniel Pedro
Familiares relataram que o menino saiu de casa para ir a uma aula de reforço escolar durante a manhã do dia 12 de maio, mas ele não chegou na aula nem voltou para casa. Parentes se mobilizaram pela cidade em busca do menino, sem sucesso.
O corpo de Rhaniel foi encontrado no dia seguinte, 13 de maio, coberto por um lençol em uma calçada, próximo a entulhos, na Rua Recanto do Sol.