Polícia

Carrões e vida de luxo: Youtuber com 4 mi de seguidores é preso por lavagem de dinheiro

Investigação desmantelou um esquema que rendeu milhões ao influenciador digital, por meio de rifas ilegais e lavagem de dinheiro

Por Metrópoles 21/03/2022 16h04 - Atualizado em 21/03/2022 17h05
Carrões e vida de luxo: Youtuber com 4 mi de seguidores é preso por lavagem de dinheiro
A investigação desmantelou um esquema que rendeu milhões ao influenciador digital - Foto: Reprodução

Carros superesportivos com motores nervosos impulsionados pelas mais famosas e caras montadoras de veículos do mundo, como as italianas Ferrari e Lamborghini, fazem parte da coleção automotiva do youtuber Kleber de Moraes, o Klebim, preso em operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta segunda-feira (21/3). Os carrões são de fazer inveja aos amantes da velocidade. Apenas os dois possantes italianos somam, juntos, a bagatela de R$ 6 milhões.

Todos os veículos foram alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Huracán. A investigação desmantelou um esquema que rendeu milhões ao influenciador digital, por meio de rifas ilegais e lavagem de dinheiro. A PCDF cumpriu mandados de busca e apreensão de nove carros de luxo, todos comprados com dinheiro proveniente das rifas ilegais.

De acordo com a Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), além da Ferrari Spider 458 e da Lamborghini Huracán, que batiza a operação, foram apreendidos os seguintes carros: uma BMW Z4, uma Mercedes Benz GLA 200, uma C200, uma VW Tiguan, uma caminhonete Ford F-250 e uma VW Amarok. Um GM Ômega customizado também foi alvo de busca.De acordo com a Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), além da Ferrari Spider 458 e da Lamborghini Huracán, que batiza a operação, foram apreendidos os seguintes carros: uma BMW Z4, uma Mercedes Benz GLA 200, uma C200, uma VW Tiguan, uma caminhonete Ford F-250 e uma VW Amarok. Um GM Ômega customizado também foi alvo de busca.

Laranjas

As investigações conduzidas pela PCDF identificaram que boa parte dos veículos comprados pela associação criminosa era colocada em nome de laranjas – entre eles, a própria mãe de Klebim. Um Camaro, por exemplo, e uma Mercedes teriam sido colocados em nome dela.

O objetivo seria ocultar o patrimônio comprado com o dinheiro das rifas ilegais. O esquema seria um círculo vicioso, no qual o youtuber adquiria carros caríssimos e depois os rifava, faturando duas ou três vezes o valor pago. Após entregar o veículo ao vencedor, Klebim comprava outro carro para ser rifado, mas sempre apresentava boa margem de lucro.

Apenas no Instagram, Klebim tem cinco perfis: o pessoal, com 1,4 milhão de seguidores; Estilo Dub (1,3 milhão); Guincho Dub (12,5 mil); Dub Shop (119 mil); e Dub House (332 mil). Além disso, ele mantém um canal no YouTube com 1,27 milhão de inscritos. No TikTok, o número é de 1.207. Em todas as redes, o total de seguidores alcança a marca de 4,4 milhões.


A operação

De acordo com as investigações, os sorteios não são autorizados pelos órgãos competentes, e o youtuber não recolhe impostos. Como lucra muito com as rifas, Klebim também passou a emprestar dinheiro para criminosos que praticam roubos e furtos.

Rifa clandestina

A rifa clandestina é prática ilegal, de acordo com o Ministério da Economia, órgão responsável por regrar e fiscalizar loterias e jogos de azar no país. Segundo a pasta, ainda que o dinheiro da rifa sirva para bancar projetos de veículos – ou seja, total ou parcialmente direcionado para caridade –, a prática é considerada clandestina e irregular.

A legislação permite sorteios e rifas com venda de cotas apenas para instituições filantrópicas e mediante autorização especial; nesse caso, os sorteios devem ser realizados necessariamente via Loteria Federal. O órgão informa que “a exploração de bingos, loterias e sorteios é atividade ilegal e constitui contravenção penal”, além de consistir em um “serviço público exclusivo da União”.

Por meio de nota, o ministério informa que, se houver comprovação de prejuízos a qualquer participante, poderá ser configurado ilícito penal ou, “no mínimo”, lesão ao consumidor.