Polícia
Policiais acusados de matar e torturar Jonas Seixas vão a júri popular
Juiz diz que ao analisar os autos, foi verificado que a materialidade do delito está demonstrada suficientemente por conjunto de provas
Os cinco policiais militares que foram acusados de tortura, assassinato e ocultação de cadáver, do servente de pedreiro Jonas Seixas, irão à júri popular. O crime foi cometido em outubro de 2021, na grota do Cigano, no bairro do Jacintinho, em Maceió. A decisão é do juiz Felipe Ferreira Munguba.
Os militares, que continuam presos, negam ter cometido o crime, o juiz argumenta que “no que concerne aos indícios do perigo gerado pelo estado de liberdade do denunciado, estes são evidentes diante do modus operandi da prática delituosa”.
Em relação a prática do crime, o juiz diz que ao analisar os autos, foi verificado que a materialidade do delito está demonstrada suficientemente por conta do conjunto de provas testemunhal e técnica, que apontam para o desaparecimento de Seixas após a abordagem da polícia militar que ocorreu em outubro.
“Os acusados são agentes públicos, e, dessa forma, andam munidos com armamentos fornecidos pelo Estado e, eventualmente, podem coagir testemunhas e declarantes, mediante violência ou grave ameaça, colocando em risco a instrução processual. Dessa feita, resta claro que as medidas cautelares alternativas são insuficientes”, citou o juiz.
Relembre o caso
O servente de pedreiro, Jonas Seixas da Silva, 33, sumiu após abordagem policial no bairro do Jacintinho, localizado na periferia de Maceió. Ao voltar ao trabalho, Seixas foi abordado por três Policiais Militares que o colocaram numa viatura. Antes de acontecer a prisão, os militares estavam na casa do ajudante de pedreiro. À época, segundo a esposa dele, os policiais invadiram a sua residência onde eles moravam na presença dos dois filhos pequenos.
Não tendo a posse de um mandado judicial, os agentes de segurança informaram aos familiares ter uma ordem para prender o trabalhador. Ao revirar o guarda-roupa e espalhar roupas de um dos quartos pelo chão do cômodo, eles foram embora, mas encontraram a vítima descendo a grota.
Após um ano da ação truculenta da Polícia Militar de Alagoas, a mãe do jovem desaparecido, Claudinete Seixas, foi surpreendida em 18 de outubro de 2021, ao receber uma intimação para que seu filho comparecesse para prestar esclarecimentos na sede do Grupo Especial de Apoio Investigativo, da Polícia Civil de Alagoas.