Polícia

Organização criminosa que aplicava golpe do empréstimo consignado é desarticulada em Alagoas

Operação apreende cerca de R$ 6 milhões em bens e dinheiro

Por Redação 28/04/2022 15h03 - Atualizado em 28/04/2022 16h04
Organização criminosa que aplicava golpe do empréstimo consignado é desarticulada em Alagoas
. - Foto: Reprodução | PC

Na manhã desta quinta (28), foi realizada uma operação com o intuito de coibir as atividades de um grupo criminoso envolvido na prática de estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa no estado de Alagoas por meio da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Deccor).

Comandada pelos delegados José Carlos, coordenador da Deccor e Lucimério Campos, titular da Seção Especializada no Combate a Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Secotap), a operação resultou na apreensão de bens, estimados em cerca de R$ 6 milhões, e R$ 100 mil, em dinheiro. Entre os bens, estão três carros de luxo, uma casa (num condomínio de luxo na Serraria) e dois apartamentos (no Farol e na Pajuçara), também de luxo.

O golpe, descoberto a partir de investigações que duraram cerca de dois anos, era aplicado a partir de atividades da empresa MinasCred, localizada na Rua Barão de Penedo, em Maceió, que funciona como uma empresa de empréstimos consignados a pessoas físicas, especialmente a servidores públicos.

Golpes

De acordo com as investigações, servidores superendividados eram cooptados a realizar empréstimos consignados, mesmo sem margem consignável, a fim de quitar débitos com bancos e correspondentes, sendo que tais serviços fornecidos pela líder da organização onerava excessivamente os “clientes”, que além de concordarem com negócios dos quais não tinham qualquer noção de valores e juros, ainda eram obrigados a fornecerem senhas, abrirem contas e assinarem papéis, tudo às cegas.

Ao recepcionar as vítimas endividadas e sem margem consignável, os integrantes do grupo as convenciam pagar uma taxa de serviço de 15% sobre as dívidas já contratadas para em seguida contratar novo empréstimo, cujo valor nunca chegava a essas vítimas. A elas, eram pagos apenas valores definidos pelo grupo criminoso. Para concretizar o golpe, eles diziam que liberariam a margem consignável, mas o novo empréstimo – com valores bem superiores – acabavam nas mãos dos golpistas.

Segundo as falas de um dos delegados envolvido na ação, a estrutura da MinasCred era usada para essa transação e os valores eram creditados nas contas criadas apenas para receber o empréstimo. Em seguida, operadores da líder do grupo efetuavam saques e transferência para contas da estelionatária.

Além da líder da organização, de 51 anos de idade, também faziam parte do grupo o marido dela, de 66 anos, dois filhos, um contador e laranjas que faziam os saques do dinheiro resultante do golpe.

A polícia acredita que mais de 100 pessoas tenham sido vítimas do crime, e revelou que a mulher, acusada de liderar a organização criminosa, já atua desde 2005 no mercado, em Maceió.

O delegado Lucimério Campos disse ainda que, com a divulgação do caso, outras pessoas vítimas do golpe podem comparecer à Secotap, no Complexo de Delegacias Especializadas (CODE), no bairro de Mangabeiras, para prestarem esclarecimentos sobre os fatos, e seus casos serem também objeto de análise e investigação pela unidade especializada da Polícia Civil alagoana.

*Com informações da PCAL