Polícia
"Negrinho": Agentes da Ronda no Bairro são acusados de agressão e injúria
Abordagem truculenta foi denunciada pela mãe do menor à polícia e à Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL
Dois agentes da Ronda no Bairro estão sendo acusados de terem agredido e praticado injúria racial contra um jovem de 17 anos. A denúncia foi feita nesta quinta-feira (12), pela mãe do rapaz logo após o caso, que aconteceu na Rua Barão de Alagoas, Centro de Maceió.
O jovem estava no local para fazer uma entrega e se identificou aos agentes, após a abordagem, como feirante. Ele teria, inclusive, mostrado a sacola com os produtos que iria fazer a entrega. De acordo com o Termo da Declarações da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL), o jovem foi abordado com truculência pelos agentes.
"Um policial disse: 'pare seu negrinho! Para logo seu negro'. Como a bicicleta do seu filho estava com problema no freio, tentou parar com os pés e, como não conseguiu parar imediatamente, o mesmo policial proferiu um chute nas costas do seu filho, onde veio a cair no chão, causando várias lesões e escoriações", diz trecho do documento.
Em seguida, os policiais pararam suas motocicletas e agrediram o rapaz, derrubando sua bicicleta os quatro agentes pararam as motocicletas em que estavam, mas somente dois deles desceram dos veículos, sendo estes os responsáveis por desferir as agressões.
"Os quatro policiais pararam as motos, onde apenas dois desceram, e foram em direção ao seu filho, arrastando-o pela camisa. Em seguida, o pressionaram contra uma porta de rolo de um ponto comercial e passaram a proferir vários choques em sua barriga, em cima de uma cirurgia pela qual o mesmo passou recentemente", relatou a mãe, Claudevania de Souza Santos à comissão da OAB/AL.
O documento também informa que, no momento da agressão, os agentes teriam feito pressão psicológica no adolescente, perguntando se o mesmo fazia uso ou estaria em posse de drogas. "Depois da sessão de tortura, um dos policiais, em tom de ironia, disse: 'seu negro, você quer que eu chame uma ambulância para você não cair mais'", diz outro trecho.
Após o caso, Claudevania, além de procurar a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Especial dos Crimes Contra a Criança e o Adolescente da Capital - documento em que este portal de notícias também teve acesso.
À GazetaWeb, o Programa Ronda no Bairro informou, em nota, que a denúncia sobre o caso está sendo averiguada pela Superintendência, além de ressaltar que um processo administrativo está sendo aberto para averiguar a conduta dos agentes de proximidade da região.
"De antemão, destacamos que o Ronda no Bairro repudia todo e qualquer ato de agressividade de seus colaboradores ou qualquer outro indivíduo e atitudes como esta, se tiverem ocorrido, não serão toleradas", diz a nota.
*Com informações da GazetaWeb