Polícia

Motorista de aplicativo se fingiu de morta para sobreviver

A vítima foi submetida a uma craniectomia descompressiva com debridamento em tecidos desvitalizados e drenagem de hematoma cerebral, com remoção de fragmentos do projétil

Por TNH1, com assessoria HGE 29/06/2022 17h05
Motorista de aplicativo se fingiu de morta para sobreviver
Gerente do HGE, médico Paulo Teixeira, dialoga com Alayne da Silva sobre assistência prestada pelo HGE. - Foto: Beatriz Castro e Thallysson Alves / Sesau

Alayne da Silva Oliveira, motorista de aplicativo de 28 anos, falou pela primeira vez depois de ter sido baleada durante uma suposta tentativa de latrocínio, em Maceió, no último dia 20. A motorista de aplicativo revelou em depoimento reproduzido pela assessoria de comunicação do Hospital Geral do Estado (HGE) que precisou se fingir de morta para tentar enganar os criminosos e ter alguma chance de sobreviver aos tiros. Após ser baleada no final da noite do dia 20, ela passou cerca de 8 horas amarrada dentro de um canavial localizado a cerca de seis quilômetros da Usina Cachoeira do Meirim, até ser encontrada com vida na manhã do dia 21.

Segundo relatos de Alayne, ela foi alvo de criminosos que teriam anunciado um assalto e, após tentarem matá-la, abandonaram-na em uma estrada de barro. De acordo com a paciente, ela tinha iniciado a corrida por meio de um aplicativo de transporte, quando os envolvidos no crime a renderam durante o trajeto. Após receber os disparos, ela lembra que fingiu estar morta para tentar escapar da emboscada. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Alagoas (PC/AL).

Os ferimentos de Alayne foram muito graves. Ela chegou ao HGE às 8h53 do último dia 20 de junho, recebeu o atendimento multidisciplinar na Área Vermelha Trauma, foi submetida à tomografia computadorizada e levada ao Centro Cirúrgico, onde se submeteu a uma craniectomia descompressiva com debridamento em tecidos desvitalizados edrenagem de hematoma cerebral, com remoção de fragmentos do projétil.

“A cirurgia foi um sucesso! Logo após já demonstrou reação. O prognóstico dado pela neurocirurgiã Jeane Ricardo foi muito positivo. Isso nos animou! Nos agarramos na esperança de salvar a vida dela. Vários profissionais se envolveram no caso, sensibilizados pela história de superação. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cada
resultado de intervenção foi celebrado pela equipe. Ela é muito forte! Teve uma boa evolução no tratamento. Demonstrou muita vontade de viver”, afirmou o gerente do HGE, o médico Paulo Teixeira.

Consciente, orientada e esclarecida sobre todos os acontecimentos após a suposta tentativa de latrocínio,
Alayne já recebeu alta da UTI e segue o tratamento em enfermaria na Área Verde. Apesar da excelente recuperação, os especialistas acreditam que ela precisa concluir medicações, se submeter a mais exames e ser observada pela equipe multidisciplinar. Com a melhora gradativa de Alayne, as atenções agora voltam-se para as investigações policiais, que seguem em andamento, mas em sigilo.

O Caso - A motorista de transporte por aplicativo foi baleada na cabeça depois de ter sido sequestrada por criminosos durante assalto em Maceió, no fim da noite do último domingo, 19. A mulher foi encontrada com vida
numa estrada de barro no Benedito Bentes, parte alta de Maceió. Uma mulher e três homens são suspeitos do crime.

Em contato ao TNH1, o irmão da vítima, Alan Oliveira, contou que Alayne foi localizada por policiais militares em um canavial, a cerca de seis quilômetros da Usina Cachoeira do Meirim, por volta das 5h30 da manhã. O carro da motorista foi  apreendido no bairro Levada.