Polícia

Vídeo: Funcionários de loja são torturados com ferro quente pelo patrão em Salvador

Vídeo das agressões foi disseminado no WhatsApp

Por Redação* 29/08/2022 12h12 - Atualizado em 29/08/2022 12h12
Vídeo: Funcionários de loja são torturados com ferro quente pelo patrão em Salvador
Empresário, que seria evangélico, não teve o nome revelado - Foto: Reprodução

Dois trabalhadores estão denunciando um empresário de Salvador por tortura. Os jovens afirmam ter vivido sessões de espancamento após serem acusados de furtar dentro do estabelecimento, localizado nas proximidades da Estação da Lapa, no Centro da capital baiana.

O empresário, que não teve o nome revelado, é evangélico e teria deixado marcado “171” nos membros da vítima, em referência à infração penal contra o patrimônio prevista no Código Penal Brasileiro. O funcionário também disse ter sido obrigado a usar vestido enquanto era gravado pelo agressor, que compartilhou as imagens no WhatsApp.

Marcas nas mãos da vítima. Foto: Reprodução

"Eu não acreditava no que estava acontecendo comigo. Apanhei muito e teve uma hora que não suportei mais. Eu realmente pensei que ia morrer. Quanto mais ele batia, ele continuava batendo. Batia com a barra, dava murro na cara", disse William, um dos jovens, que teve as mãos queimadas com ferro de passar.

O segundo funcionário foi identificado como Marcos, acusado de furtar R$ 30. "Ele estava mudando de loja e me disse para pegar as coisas. Nisso, ele já tinha armado e colocado R$ 30 em um balcão. Coloquei o dinheiro na minha bolsa porque, como eu já trabalhava com o lojista há muito tempo, achei que já tinha confiança. Eu já estive com mais dinheiro e sempre devolvia para ele. Eu ficava sempre na loja, sozinho", explicou.

"O primo dele chegou, pegou um pau e bateu na minha mão. Ele começou a me bater, dizendo que não era coisa de Deus. Eu falei: 'não te roubei, mas, se quiser, pode bater'", continuou.

O vídeo das agressões também foi disseminado no WhatsApp.

Veja:


A situação causou revolta entre os familiares do jovem, como a mãe de William: "o vídeo está circulando nas redes sociais como se meu filho fosse ladrão e ele não é. Eu tive que procurar meus direitos e inocentar meu filho".

O caso foi denunciado na 1ª Delegacia Territorial (DT/Barris). De acordo com o titular da unidade, Willian Achan, um dos suspeitos já foi interrogado e prestou depoimento. "É um caso muito forte. Ele [um dos agressores] não deu justificativa para o crime, mas acusou os funcionários de furto", detalhou o delegado.

*Com informações do Bahia Notícias