Polícia

Diretor de presídio localizado em Girau do Ponciano é indiciado por crimes contra advogados

De acordo com as informações, Rodrigo de Lima teria impedido trabalho de integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB

Por Redação 20/11/2022 18h06 - Atualizado em 20/11/2022 18h06
Diretor de presídio localizado em Girau do Ponciano é indiciado por crimes contra advogados
Rodrigo de Lima, segundo a Seris, conta com apoio de secretário - Foto: Reprodução | Internet

O diretor do Presídio do Agreste, Rodrigo de Lima e Silva, localizado no município alagoano de Girau do Ponciano, que fica a cerca de 154 km de Maceió , foi indiciado pela Polícia Civil de Alagoas pela prática de três crimes contra os membros da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL), Roberto Moura e Thiago Rodrigo de Oliveira.

Segundo as informações que constam em um material divulgado pelo Jornal Extra, recentemente a unidade que é gerenciada por Rodrigo foi citada no relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) no qual apontou uma série de irregularidades. Dentre elas, chamam atenção os relatos de castigos e maus-tratos aplicados aos reeducandos, que variam desde ficar mais de 45 dias sem direito a banho de sol a beber água apenas durante as refeições.

No mês passado, o diretor foi indiciado por impedir exercício da Advocacia, previsto na Lei 8906/1994, por crime de ameaça caracterizado no Artigo 147 do Código Penal e pelo crime de ofensa pessoal contra honra, de acordo com os artigos 138,139 e 140 também do Código Penal. “Às 16h do dia no dia 29 de setembro de 2021, nas dependências do Presídio do Agreste, durante uma discussão com os advogados Roberto Barbosa de Moura e Thiago Rodrigo de Oliveira Silva, os ameaçou e ofendeu com palavras, além de impedir o acesso dos causídicos nas dependências do Sistema Prisional para tratar de assuntos referentes a clientes seus que lá cumprem pena”, diz trecho do inquérito presidido pelo delegado Isaias Rodrigues, de Arapiraca.

Ainda de acordo com o indiciamento, os crimes teriam acontecido enquanto os membros da comissão visitavam um cliente para apurar algumas denúncias de maus-tratos, especialmente em relação ao preso Max Jhones dos Santos Silva, que precisava naquele momento de atendimento médico fora da unidade prisional. Ao se dirigir ao diretor e solicitar o atendimento do detento fora da unidade, também foi citado o caso de Thomas da Silva Marinho, que faz uso de bolsa de colostomia e teria sido atingido por balas de borracha por um policial penal ainda não identificado, fato este que teria acontecido algumas semanas antes da visita. Ao ser questionado sobre as providências tomadas, o diretor, segundo Boletim de Ocorrência juntado aos autos, teria ficado descontrolado e agredido verbalmente os advogados.

“O trabalho da comissão de vocês é medíocre, irresponsável, show pirotécnico, infantil, idiotice, porra de direitos humanos, vocês não sabem trabalhar e olhe que são dois advogados e presumo que sabe de leis. Seus pesquisadores nunca mais entrarão nesta unidade prisional [...] farei o máximo para prejudicar vocês”, teria sido a resposta de Rodrigo de Lima, conforme afirmado pelos advogados perante a Polícia.

No Boletim de Ocorrência confeccionado pelos advogados, o diretor, segundo eles, afirmou que os acusaria de tentativa de suborno por conta das inspeções realizadas e uma posterior divulgação à imprensa.

*Com informações do Extra