Polícia

Um mês após primeiro caso, PC não dá respostas efetivas sobre bombas em Maceió

Secretário de Segurança Pública, delegado Flávio Saraiva não descarta possibilidade de que grupos organizados sejam os responsáveis pelos artefatos

Por Isabelle Guedes* e Vinícius Rocha 14/12/2022 12h12 - Atualizado em 14/12/2022 13h01
Um mês após primeiro caso, PC não dá respostas efetivas sobre bombas em Maceió
Delegado Flávio Saraiva vê possibilidade de grupo organizado estar por trás da confecção dos explosivos - Foto: Jornal de Alagoas

Passado mais de um mês do primeiro caso de artefato explosivo em Maceió, a Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) ainda não deu respostas conclusivas acerca dos episódios. Ao todo, duas bombas explodiram e deixaram feridos. Dois simulacros foiram detonados de forma segura pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e outros dois se trataram de artefatos suspeitos, mas não foram confirmados.  Um outro material que parecia ser explosivo foi recolhido por policiais na Pajuçara. 

O secretário de Segurança Pública de Alagoas, delegado Flávio Saraiva, disse que não descarta a possibilidade de se tratar de um grupo organizado, mas que estão sendo feitos exames de DNA dos explosivos e que eles estão sendo comparados em sua constituição e na forma que foram preparados. "É uma investigação que está correndo. Tem aí algumas vinculações desses explosivos com organizações que estamos investigando e daremos uma resposta rápida. É possível que sejam torcidas organizadas, pois já fizeram isso, já fizeram ataques a residências utilizando esse mesmo artefato explosivo".

O primeiro caso aconteceu dia 10 de novembro, na rua Dr. Costa Leite, no Centro de Maceió. Um catador de material reciclável teve sua mão amputada após um artefato, feito de bola de gude, pólvora e parafusos, armazenado em uma lata de refrigerante,  explodir quando ele estava manuseando o objeto.  A polícia descartou, à época, que o objeto tenha sido colocado intencionalmente para ferir alguém.

A segunda explosão aconteceu 11 dias depois, em 21 de novembro. Três funcionários do Hospital Geral do Estado (HGE) ficaram feridos e um deles teve a mão amputada. O material havia sido descartado em uma lixeira do hospital e explodiu quando o funcionário realizava a limpeza em um canteiro de plantas. Foi ele que ficou gravemente ferido. Os outros dois funcionários tiveram escoriações leves. O Jornal de Alagoas contatou o HGE para saber o estado de saúde do funcionário, mas ainda não obtivemos resposta.  No material explosivo desse caso também foram encontradas bolas de gude.

Delegado e Secretário de Segurança de Alagoas, Flávio Saraiva comentou casos de bombas ao Jornal de Alagoas durante entrevista coletiva. Foto: Jornal de Alagoas

Uma comissão formada pelos delegados da Polícia Civil, Lucimério Campos, Adriana Gusmão e Nivaldo Aleixo, foi formada em 25 de novembro para investigar os casos. A assessoria de comunicação da PC informou que o delegado Lucimério, coordenador da comissão, poderá falar ainda nesta quarta-feira (14). A mesma resposta foi dada ao Jornal de Alagoas há uma semana, porém nada foi comunicado à imprensa. 

Suspeitas

Duas suspeitas ainda não foram confirmadas nas investigações da Polícia Civil. No dia 25 de novembro, um artefato semelhante a uma bomba de fabricação caseira foi encontrado na calçada de um galpão da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), no Farol. Segundo informações do esquadrão antibombas do Bope, responsável por detonar de forma segura o material, dentro da garrafa não havia explosivos, se tratando de um simulacro de bomba. 

No sábado, dia 3 de dezembro, a Polícia Militar isolou uma área onde ocorriam shows durante a exibição de jogos da Copa do Mundo, na Pajuçara. Segundo informações, a bomba foi colocada no local no dia anterior, na sexta-feira (2), mas acabou falhando. Ela foi encontrada por garis que faziam a limpeza do local. A PC ainda não confirmou a autenticidade deste artefato. 

Em cinco de dezembro, o Bope foi acionado para suspeita de bomba próximo ao Estádio Rei Pelé, no Trapiche. Os policiais detonaram o artefato de forma segura. Alguns suspeitos foram abordados nas proximidades do estádio, mas foram liberados por não apresentar indício de envolvimento deles na ação criminosa. 

Desde o primeiro caso, outros dois materiais suspeitos foram encontrados em bancos da capital alagoana, mas foi confirmado que não se tratavam de explosivos. 

*Estagiária sob supervisão