Polícia

Reeducando é encontrado morto em cela do Presídio Cyridião Durval, em Maceió

Ele cumpria pena na unidade pela acusação de crime sexual contra menor de idade

Por Redação* 07/01/2023 16h04
Reeducando é encontrado morto em cela do Presídio Cyridião Durval, em Maceió
Presídio Cyridião Durval. - Foto: Ascom Seris

Na tarde deste sábado, 07, foi confirmada a morte do reeducando Anderson Paixão, de 26 anos. Ele foi sem vida em uma das celas do presídio Cyridião Durval, localizado no complexo prisional na Cidade Universitária, parte alta de Maceió. Sua morte do jovem foi confirmada pela Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), e agora, um procedimento administrativo será aberto para investigar as circunstâncias do assassinato.

De acordo com o órgão, Anderson cumpria pena na unidade pela acusação de crime sexual contra menor de idade. Ele era natural do município de Santa Luzia do Norte, no interior alagoano, e estava recluso no presídio há mais de quatro anos.

Os primeiros levantamentos do assassinato mostram que Anderson Paixão teria sofrido um ataque cometido pelos próprios companheiros de cela. O motivo do crime seria uma briga entre as esposas deles.

A Seris destacou também que o corpo da vítima foi localizado depois de uma "batida de rotina" dos policiais penais nesta manhã. As polícias Judiciária e Científica foram acionadas posteriormente para os procedimentos cabíveis.

Confira a nota da Seris:

"A Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social vai abrir procedimento administrativo para apurar a morte do reeducando acusado por crime sexual contra menor, APS de 26 anos, natural do município de Santa Luzia do Norte, em Alagoas.

O apenado, recolhido ao sistema prisional desde 2018, foi encontrado morto após uma batida de rotina dos policiais penais, na manhã deste sábado, 07, no presídio masculino Cyridião Durval e Silva, no complexo prisional, em Maceió. Ao ser constatado o óbito, os policiais penais acionaram imediatamente as polícias judiciária e científica.

Segundo informações fornecidas pelos próprios presos que dividiam a cela com a vítima, e que assumiram a autoria do crime, o fato ocorreu após desavenças entre as esposas dos envolvidos.

Os outros presos da cela foram isolados, também respondem pelos mesmo delito, crime sexual".

Segunda morte de reeducando em 10 dias - Dez dias atrás, um outro reeducando foi assassinado no mesmo presídio. Identificado como C.J.S, o homem foi encontrado morto na manhã do dia 28 de dezembro de 2022 dentro de uma cela.

"A polícia penal, através da equipe de plantão da unidade, realizou os primeiros procedimentos, isolou a área e os reeducandos que dividiam a cela. A equipe de coordenação da polícia penal acionou as polícias científica e civil. A Seris abrirá procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do ocorrido", disse a Seris, na ocasião, em nota.

C.J.S. estava recolhido no sistema prisional pelos crimes de assalto a mão armada/latrocínio.

Sindicato questiona efetivo de policiais penais - Em contato com o TNH1, o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Alagoas (Sinasppen/AL), Vitor Leite, afirmou que o número de efetivo segue baixo no presídio e cobra melhorias no setor de segurança para evitar novas mortes.

"A gente vem falando há um tempo que mesmo com o extra e com a chegada dos novos policiais, o efetivo continua baixo. Antes, a gente tirava dois plantões de 20 horas, ou seja, tinha efetivo para o dia e para a noite, mas agora, quem quer tirar, logicamente, tira quatro extras de 10 horas durante o dia. Então, houve um acréscimo no efetivo no turno do dia, e uma redução no turno da noite, que só fica a equipe do período".

"Aí são de 10 a 12 policiais para tomar conta dos presos. No caso do Cyridião, isso é insuficiente, pois é uma média de 90 a 95 presos para cada policial. De fato, houve uma perda de efetivo durante a noite [...] Há falta de efetivo, de estrutura, principalmente nessa unidade. A gente tem um presídio fechado com capacidade de 1 mil presos, onde os reeducandos do Cyridião poderiam ser transferidos para lá, mas o estado insiste em manter lá funcionando não sei por qual motivo", acrescentou.

Com informações de João Victor/TNH1.