Uma mulher denunciou que seu filho, um adolescente de 16 anos, teria sido vítima de uma abordagem truculenta de policiais militares da Força Tarefa, na noite dessa última quarta-feira (17). De acordo com a mãe, o jovem teria sido espancado após tentar despistar a polícia na Grota do Arroz, no bairro de São Jorge, localizado na parte alta de Maceió. 

Em entrevista ao portal TNH1, ela explica que o menor não é habilitado e pilotava a motocicleta do pai no momento da abordagem: "A moto é do pai dele, se eles quisessem, podiam levar e depois a gente ia buscar, mas torturaram, roubaram o celular, as duas correntes de prata e até a sandália", conta a mulher, que preferiu não ser identificada.

Segundo as informações, ele teria sido inclusive atingido por um tiro de bala de borracha. Em seu depoimento à Polícia Civil (PC), ela alega que o menor recebeu uma ordem dos militares pedindo para que o mesmo desbloqueasse o aparelho celular que estava portando, coisa que ele não fez, momento este seguido pelo início das agressões físicas.

"Eles [os policiais] queriam resetar o iPhone e meu filho não sabia essa senha, porque o aparelho está numa conta da irmã dele. Meu filho não é usuário e nem vende drogas, ele estuda e trabalha numa marcenaria", relatou, contando ainda que o adolescente está abalado após o ocorrido.

"Mas como não ficar, depois de apanhar, ser tratado como bandido e ainda ser roubado? A moto é nossa, tem documento, tudo direitinho", continuou.

No Boletim de Ocorrência (B.O.), ela relata que um dos policiais teria inclusive incitado os colegas a matarem o adolescente e que ele foi espancado para que assumisse que a moto que pilotava era roubada. Em seu relato à polícia consta ainda que a guarnição teria roubado a chave da moto, a chave da casa e o capacete do adolescente.

"Eles levaram tudo do meu filho e também disseram que se o encontrarem na rua vão matá-lo", contou.

O caso foi registrado na Central de Flagrantes, no bairro do Pinheiro. O jovem foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde realizou exames de lesão corporal.

Ao ser contatada pelo TNH1, a assessoria de comunicação da Polícia Militar orientou em que a denúncia seja levada à Corregedoria apuração.

Confira a nota na íntegra:

"A Polícia Militar de Alagoas informa que, em casos de possível excesso no uso da força por parte de guarnição da PM, a orientação é que a família da provável vítima dirija-se à Corregedoria-Geral para formalização da denúncia e devida apuração dos fatos."

*Com informações do TNH1