Polícia

Auditor fiscal teria pedido por socorro antes de ser morto, diz testemunha

Informação foi divulgada à imprensa pela assessoria de comunicação do Ministério Público do Estado de Alagoas durante júri popular; cinco membros da mesma família estão no banco dos réus

Por Redação* 31/10/2024 16h04
Auditor fiscal teria pedido por socorro antes de ser morto, diz testemunha
Julgamento João de Assis, Maceió, Fórum do Barro Duro - Foto: Ascom MP-AL

Está em andamento nesta quinta-feira (31) o júri popular dos cinco réus que respondem pelo envolvimento na morte de João de Assis Pinto Neto, auditor fiscal da Receita Estadual, da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL). Uma testemunha afirmou que dois dos acusados teriam assassinado o auditor, responsável por realizar a fiscalização em um depósito de bebidas no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió.

A informação foi divulgada à imprensa pela assessoria de comunicação do Ministério Público do Estado de Alagoas, no Fórum da Capital, no Barro Duro, onde acontece o júri.

A testemunha, que na época do crime era menor, teria inclusive ouvido João de Assis gritar por socorro, seguido por silêncio.

"A testemunha, que à época era menor, relatou tudo. Disse que Ricardo e Vinicius teriam matado, que o Ricardo pegou uma moto e o chamou para ir a um posto de gasolina, depois da Ufal, comprar gasolina para um vasilhame de cinco litros. Que ele presenciou o Ronaldo arrastando a vítima pelo braço e o Ricardo segurando pelos pés. Que ele estava fazendo uma entrega, quando o Ricardo chamou o irmão João Marcos para ir ao estabelecimento. Que ele, o menor à época, ouviu os gritos de João de Assis dizendo: "Socorro, meu Deus!", depois silenciou. Depois do crime, o Ricardo tirou a camisa suja de sangue, vestiu outra e continuou a atender normalmente como se nada tivesse acontecido. Que a mãe deles chegou lá. O pai deles em seguida, e que o Vinicius foi quem dirigiu o carro que levou o corpo", divulgou a assessoria do MP-AL.

O julgamento está sendo conduzido pelo juiz Geraldo Amorim. No banco dos réus estão os irmãos Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo da Silva e João Marcos Gomes de Araújo, também a mãe deles Maria Selma Gomes Meira. Além deles, Vinicius Ricardo de Araújo Silva, todos membros da mesma família.

Maria Selma e João Marcos são acusados de suporte moral aos executores para que lograssem êxito no plano criminoso. Maria Selma Gomes Meira, será julgada por ocultação de cadáver, corrupção de menor e fraude processual, tendo sido ela a responsável por limpar o sangue da vítima da cena do crime e auxiliado na retirada do veículo da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz) do local.

Relembre o crime

O auditor fiscal João de Assis, da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), foi encontrado morto em um canavial próximo a Usina Cachoeira do Meirim, em Maceió. O corpo da vítima estava carbonizado e apresentava sinais de violência. Seu veículo foi encontrado próximo ao Centro Sportivo Alagoano (CSA).

O auditor desapareceu no dia 26 de agosto de 2022, durante o horário de trabalho. Seu celular foi encontrado em um terreno baldio, no município de Rio Largo, e através do aparelho foi possível refazer os passos do servidor e chegar até os suspeitos.

A vítima teria entrado em vias de fato com os dois irmãos, onde bateu a cabeça, vindo a ficar desacordado. A partir disso, os dois suspeitos tentaram se desfazer do corpo o carbonizando no canavial onde foi encontrado.

*Com informações do TNH1