Polícia
João de Assis foi torturado e apedrejado, diz promotora
Os réus, todos da mesma família, enfrentam graves acusações, incluindo motivos torpes e meio cruel, além de ocultação de cadáver e corrupção de menor
O julgamento dos cinco réus acusados de assassinato do auditor fiscal João de Assis foi retomado nesta sexta-feira (1º) em Alagoas, com os debates iniciais do Ministério Público. Na quinta-feira (31), todas as 34 testemunhas foram ouvidas, preparando o terreno para as declarações impactantes da promotora Adilza de Freitas.
Em sua apresentação, a promotora descreveu o crime de maneira contundente, afirmando que o auditor foi torturado antes de ser assassinado. “João foi apedrejado, teve os dedos cortados e uma perna quebrada. Ele foi asfixiado e brutalmente atacado. Ronaldo, um dos acusados, desferiu facadas na vítima, enquanto os outros também participaram desse ato covarde”, destacou Adilza.
Ela criticou a tentativa da defesa de desacreditar a integridade de João, que, segundo a promotora, era um homem de caráter e respeitabilidade. “Expuseram sua imagem fazendo a família sofrer de novo. Não costumo pegar o nada consta das vítimas, mas fiz questão de apresentar isso aqui para desfazer o que tentam atribuir a João de Assis”, enfatizou.
Os réus, todos da mesma família, enfrentam graves acusações, incluindo motivos torpes e meio cruel, além de ocultação de cadáver e corrupção de menor, já que persuadiram um menor a ajudar na limpeza do local do crime.
Entre os acusados estão Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Vinícius Ricardo de Araújo da Silva. A mãe de três deles, Maria Selma Gomes Meira, é acusada de ocultação de cadáver e fraude processual, por supostamente limpar a cena do crime e retirar o veículo da Sefaz do local.
O caso
João de Assis, auditor fiscal da Receita Estadual da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), foi encontrado morto em 26 de agosto de 2022, após realizar uma inspeção em um depósito de bebidas. Seu corpo foi descoberto carbonizado na região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, enquanto o veículo da Sefaz, que ele dirigia, foi localizado em uma área de canavial, perto da rodovia AL-405.
A investigação revelou que a vítima sofreu múltiplas lesões na cabeça e que foi alvo de um ataque brutal por parte dos acusados, que estavam ligados ao estabelecimento que João inspecionava.
O julgamento prossegue com grande expectativa da sociedade, que aguarda por justiça em um caso marcado por violência extrema e impunidade.
Com agências.