Polícia
Justiça absolve Policiais acusados pelo desaparecimento de Jonas Seixas em Maceió
Julgamento encerra sem provas de autoria; família de Jonas Seixas, desaparecido desde 2020, busca respostas e justiça.
Os cinco policiais militares acusados de envolvimento no desaparecimento e morte do servente de pedreiro Jonas Seixas da Silva foram absolvidos em julgamento realizado nesta quarta-feira (13), em Maceió. A decisão, que se estendeu até a madrugada de quinta, foi tomada pelo Conselho de Sentença, que não reconheceu a materialidade do crime nem a autoria pelos réus, encerrando o caso sem responsabilizações.
O julgamento ocorreu no Fórum do Barro Duro, com os policiais Fabiano Pituba, Felipe Nunes da Silva, Jardson Chaves Costa, João Victor Carminha Martins de Almeida e Tiago de Azevedo Lima sendo absolvidos das acusações de homicídio e ocultação de cadáver.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, Jonas, de 33 anos, foi abordado pelos policiais em 9 de outubro de 2020, na Grota do Cigano, bairro do Jacintinho. Na ocasião, os militares realizavam uma operação de combate ao tráfico de drogas e, conforme consta nos autos, invadiram a residência de Jonas sem mandado judicial. Nada ilícito foi encontrado no local, onde estava apenas a esposa da vítima.
Ao deixar a residência, os policiais se depararam com Jonas, que chegava ao imóvel. Mesmo sem portar substâncias ilegais ou qualquer ordem de prisão contra ele, Jonas teria sido colocado em uma viatura, sofrendo agressões, inclusive com spray de pimenta no rosto. Testemunhas relatam que ele gritava por socorro dentro do veículo, aparentemente em sofrimento físico e emocional.
Ainda de acordo com as investigações, o servente foi levado a uma área de mata em Jacarecica, onde, segundo a polícia, teria sido submetido a atos de violência para confessar envolvimento com o tráfico. O inquérito afirma que, após tortura, Jonas teria sido morto e seu corpo ocultado. Contudo, o paradeiro de Jonas permanece desconhecido, e seu corpo nunca foi localizado.
A esposa de Jonas registrou o desaparecimento após visitar a Central de Flagrantes, onde foi informada que o marido seria encaminhado, mas ele nunca foi apresentado. A busca por informações se estendeu a hospitais, Instituto Médico Legal (IML), unidades de pronto atendimento e até presídios, mas sem sucesso.
O caso gerou grande comoção em Alagoas, com a família organizando protestos e clamando por justiça. Mesmo após o julgamento, familiares e amigos continuam em busca de respostas e questionam a absolvição dos envolvidos.