Polícia
Influenciador Kel Ferreti é preso em operação contra lavagem de dinheiro ligada a jogos de azar online
A operação cumpriu oito mandados de prisão e busca e apreensão, expedidos pela 17ª Vara Criminal de Maceió, contra pessoas físicas e jurídicas em Maceió (AL) e Ribeirão Preto (SP)
O influenciador digital Kel Ferreti foi preso nesta quarta-feira (04) durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (GAESF) do Ministério Público de Alagoas (MPAL). Ele é acusado de lavagem de dinheiro envolvendo jogos de azar online. De acordo com sua defesa, o influencer passará por audiência de custódia ainda na manhã de hoje.
A operação cumpriu oito mandados de prisão e busca e apreensão, expedidos pela 17ª Vara Criminal de Maceió, contra pessoas físicas e jurídicas em Maceió (AL) e Ribeirão Preto (SP). Desses mandados, dois foram executados em Alagoas e outros dois em São Paulo.
Durante as buscas, o GAESF apreendeu aproximadamente R$ 20 mil, além de celulares, documentos e um veículo de luxo em uma das residências investigadas.
As investigações indicam que Kel Ferreti seria o líder de uma organização criminosa que operava um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo jogos de apostas online. A acusação aponta que o influencer ostentava uma vida luxuosa nas redes sociais, incentivando milhões de seguidores a adquirirem produtos e serviços, como jogos de apostas, com promessas de enriquecimento rápido.
Mandados
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de prisão e de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, contra pessoas físicas e jurídicas, tanto em Maceió quanto na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo. Dos mandados de prisão, dois foram em Alagoas e, os outros dois, em SP.
Na casa de um dos alvos, o Gaesf apreendeu cerca de R$ 20 mil, telefones celulares, documentos e um veículo de luxo.
Os dados do Coaf
O Ministério Público do Estado de Alagoas obteve acesso aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que evidenciaram possível prática ilícita de lavagem de dinheiro entre os investigados. Uma empresa de publicidade, por exemplo, movimentou grandes quantias através de milhares de transferências fragmentadas, possivelmente atuando como intermediária de operações ilegais.
A apuração do Gaesf também aponta para possíveis fraudes bancárias, com movimentações suspeitas relacionadas a empresas envolvidas em golpes virtuais. Há indícios de que o grupo criminoso esteja utilizando contas bancárias para lavar dinheiro proveniente de jogos de azar e outros crimes.
Laranjas e valores que chegam a R$ 21 milhões
O Ministério Público suspeita, ainda, que a Orcrim faz a utilização de “laranjas” para ocultar bens, como no caso de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, mas exibidos nas redes sociais como se fossem dos investigados.
Para a execução da operação, o Gaesf requereu o bloqueio de R$ 21.278.337,60 (vinte e um milhões, duzentos e setenta e oito mil, trezentos e trinta e sete reais e sessenta centavos), além de 10 (dez) veículos de luxo.
Para esta operação, o MPAL contou com participação da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz),da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP), por meio das Polícias Civil e Militar, da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e Polícia Penal, com o apoio da Perícia Oficial de Alagoas.
Trapaça
O nome da operação faz alusão ao engodo que é praticado contra as vítimas, levando-as a se envolver com jogos de apostas, como se eles pudessem oferecer a elas uma ascensão rápida econômica, o que não corresponde a realidade em razão da enganação que há por trás desses jogos.
*Com informações da Ascom MPAL