Polícia

'Golpe do bilhete': PC desarticula grupo criminoso que lesou vítimas em R$ 2 milhões

Medidas judiciais foram adotadas para garantir o ressarcimento às vítimas

Por Redação* 21/03/2025 11h11 - Atualizado em 21/03/2025 12h12
'Golpe do bilhete': PC desarticula grupo criminoso que lesou vítimas em R$ 2 milhões
O prejuízo às vítimas foi de cerca de R$ 2 milhões - Foto: Ascom PC

Uma operação da Polícia Civil de Alagoas desmantelou um grupo criminoso especializado em estelionato contra idosos em Maceió. A ação liderada pelo delegado Lucimério Campos trouxe seis mandados de criminosos que praticavam o golpe do "conto do bilhete premiado", que causou um prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões a seis vítimas alagoanas em 2024.

A ação, realizada na cidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, cumpriu seis mandados de busca e apreensão emitidos pela 17ª Vara Criminal da Capital de Alagoas. Durante a operação, os policiais apreenderam dois veículos utilizados pelos investigados.

Além disso, as autoridades adotaram medidas judiciais para bloquear valores estimados em R$ 2 milhões, garantindo o ressarcimento às vítimas.

Como funciona o golpe

O esquema, popularmente conhecido como “bilhete premiado”, faz diversas vítimas na capital alagoana. Uma integrante do grupo criminoso, geralmente mulher, aborda idosos próximo a agências bancárias em áreas nobres da capital. Ela alega possuir um bilhete de loteria premiado com valor elevado. Inicialmente, a golpista pede auxílio para resgatar o prêmio. Ela afirma, em seguida, ser testemunha de Jeová e, por isso, estar impossibilitada de receber o valor integral. Durante a conversa, um segundo integrante do grupo, homem bem-vestido, aparece e se oferece para ajudar, alegando ter ouvido o diálogo.

A dupla utiliza diversos artifícios e técnicas de persuasão para vencer a resistência da vítima, convencendo-a a adquirir parte do prêmio. Os criminosos chegam a realizar ligações para falsas centrais telefônicas, que confirmam a suposta premiação. O discurso pode ser ajustado conforme a reação da vítima, oferecendo o bilhete por valor reduzido ou sugerindo contribuição para falsa doação beneficente.

Na sequência, os criminosos conduzem a vítima ao banco. Lá, ela é induzida a realizar transferências via PIX, TED, ou contrair empréstimos bancários, depositando os valores em contas de terceiros ("laranjas").

O patrimônio subtraído é rapidamente distribuído entre contas de comparsas para dificultar o rastreamento e o bloqueio pelas autoridades.

Cooperação policial interestadual

A operação contou com apoio fundamental da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, através da 2ª Delegacia de Polícia de Passo Fundo, sob o comando da Delegada Carolina Goulart. Participaram também a SIPAC da 6ª DPRI, a DRACO de Passo Fundo e o NUCIBER - Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil do Paraná.

O Departamento de Aviação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul disponibilizou uma aeronave institucional para o deslocamento da equipe alagoana. A medida agilizou significativamente os trabalhos investigativos e logísticos durante o cumprimento das ordens judiciais, dada a distância entre Porto Alegre e Passo Fundo.

Com Ascom PCAL*