A jovem trans Marcela Valentina, de 20 anos, foi brutalmente assassinada e teve seu corpo abandonado na calçada de uma escola estadual no bairro da Jatiúca, em Maceió. O crime, ocorrido na última sexta-feira (4), está sendo investigado pela Polícia Civil de Alagoas, que trabalha com duas principais linhas de investigação: transfobia e intolerância religiosa.

Marcela era natural do Tocantins e residia atualmente em Caruaru (PE), no bairro Salgado. Atuava como maquiadora e era adepta de religiões de matriz africana, o que, segundo o delegado Eduardo Lincoln, pode ter sido um dos fatores para o crime. “A linha de transfobia é a mais forte até o momento, mas não descartamos a possibilidade de intolerância religiosa também ter motivado o assassinato”, declarou.

O corpo da vítima foi encontrado enrolado em uma lona, com sinais claros de violência, na Rua Abdon Assis Inojosa Andrade. De acordo com laudo da Polícia Científica de Alagoas, Marcela morreu em decorrência de traumatismo cranioencefálico (TCE), provocado por um instrumento contundente. O perito médico-legista Alan Zaidan informou que as lesões indicam agressões diretas e fatais na região da cabeça.

Durante a perícia no local, foram encontrados vestígios importantes, como marcas de pneus e um suporte de madeira próximo ao corpo, que podem ajudar a identificar o veículo usado na ação e traçar o trajeto dos autores do crime. A suspeita é que o local tenha sido utilizado apenas para a “desova” do corpo, e que o homicídio tenha ocorrido em outro ponto da cidade.

A mãe da vítima autorizou a liberação do corpo no sábado (6), após a realização do exame de necropsia. O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que busca identificar os responsáveis por mais esse crime violento e carregado de preconceito.

Com Gazeta Web.