Polícia

Serial killer de Maceió é condenado a mais de 37 anos de prisão por homicídio qualificado

Ele é acusado por uma série de assasinatos em Maceió e foi condenado pelo homicídio de Emerson Wagner e tentativa de homicídio contra Ruan Vinícius

Por Vinícius Rocha 11/04/2025 17h05 - Atualizado em 11/04/2025 17h05
Serial killer de Maceió é condenado a mais de 37 anos de prisão por homicídio qualificado
Albino Santos, no banco dos réus - Foto: Ascom MPAL

Albino Santos de Lima foi condenado nesta sexta-feira (11) pelos crimes de homicídio qualificado contra Emerson Wagner da Silva e tentativa de homicídio contra Ruan Vinícius da Silva a 37 anos, 1 mês e 15 dias de prisão. A decisão foi tomada por maioria dos jurados após horas de julgamento no Fórum Desembargador Jairon Lima Fernandes, em Maceió. A pena foi fixada pelo juiz José Eduardo Nobre Carlo.

Albino, que ficou conhecido como o “serial killer de Maceió”, confessou os crimes em plenário, mas alegou legítima defesa. Durante seu depoimento, ele disse que as vítimas o ameaçaram, mencionou passagens bíblicas, afirmou sofrer de distúrbios mentais e chegou a declarar que gostaria de lutar na guerra da Ucrânia.

O crime ocorreu em setembro de 2024, no bairro do Benedito Bentes. Segundo a acusação, Emerson e Ruan foram tirar satisfação com Albino após o réu ser suspeito de tentar invadir a casa da namorada de Emerson. Pouco tempo depois, Albino os seguiu, sacou uma arma e disparou várias vezes. Emerson, que estava de bicicleta, foi atingido na cabeça e morreu no local. Ruan conseguiu fugir e sobreviveu.

Três testemunhas foram ouvidas no julgamento: o sobrevivente, a ex-mulher de Albino e o genro dela. Todas confirmaram o comportamento agressivo do réu. A ex-esposa relatou que pediu a separação por medo, já que ele não aceitava o fim do relacionamento.

Após os depoimentos, as partes apresentaram suas alegações finais. O Ministério Público, representado pelo promotor Thiago Riff, da 68ª Promotoria de Justiça da capital, sustentou que o crime foi cometido com motivação torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. A defesa pediu a absolvição, alegando legítima defesa.

De acordo com o promotor de Justiça, a dosimetria da pena levou em consideração o alto grau de periculosidade do réu: “O crime ocorreu porque o Albino não gostou do Emerson, ao lado do amigo, ter ido questioná-lo sobre o porquê de ele ter tentado entrar na casa da sua namorada. Inclusive, essa adolescente tem o mesmo perfil de outras vítimas já assassinadas pelo réu, e por isso, provavelmente, o acusado tentou entrar na residência, e só não conseguiu porque a porta estava fechada. Com essa condenação de mais de 37 anos de reclusão, o Ministério Público encerra esse júri com a certeza de que a justiça foi feita à memória do Emerson e à família, que levará consigo sempre a dor dessa tragédia”, afirmou o promotor.

Albino está preso desde setembro de 2024 e é apontado como principal suspeito em uma série de assassinatos ocorridos em Maceió.