Polícia

Ana Beatriz: PC investiga participação de terceiros, morte por asfixia e presença de corpo em ármario

Local já havia sido amplamente vistoriada por equipes da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e peritos criminais, inclusive pelo uso de cães farejadores

Por Vinícius Rocha 15/04/2025 18h06 - Atualizado em 15/04/2025 18h06
Ana Beatriz: PC investiga participação de terceiros, morte por asfixia e presença de corpo em ármario
Secretário Flávio Saraiva e o delegado Igor Diego, da SSP, durante a coletiva em Novo Lino, sobre o caso do desaparecimento da bebê Ana Beatriz - Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Alagoas ainda trabalha com diversas frentes de investigação no caso da morte da criança Ana Beatriz, de apenas 15 dias de vida, registrada no município de Novo Lino, interior de Alagoas. Apesar da confissão da mãe, que afirmou ter matado o filho por asfixia, os investigadores levantam a possibilidade de que o corpo não estivesse na casa até as últimas horas antes de ser encontrado, o que indicaria a participação de terceiros.

O corpo da criança foi localizado na residência da mãe da vítima Eduarda Silva, de 22 anos. O local já havia sido amplamente vistoriada por equipes da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e peritos criminais, inclusive pelo uso de cães farejadores. "Foram vários dias de buscas em um local muito pequeno, com análise em todos os compartimentos da casa — geladeira, freezer, fogão. Inclusive, uma cadela do Corpo de Bombeiros, que atuava na varredura, chegou a se ferir ao pisar em um vidro. E no local onde o corpo foi encontrado, há marcas claras da passagem dela [cadela]", disse o delegado regional Paulo Cerqueira.

Testes realizados no local deram negativo para a presença de sangue humano, reforçando a suspeita de que o corpo não estava lá durante os primeiros dias da busca. “É possível que alguém tenha colocado o corpo recentemente no local, quando já se sabia que a polícia estava próxima de encontrar”, afirmou o delegado. Segundo ele, a polícia trabalha com a hipótese de que outra pessoa tenha ajudado a ocultar o cadáver, mesmo que não tenha participado diretamente da morte da criança.

A Polícia Militar havia sido designada para garantir a segurança da mãe, que foi encaminhada para a cidade de Maragogi após os ânimos se exaltarem em Novo Lino. Após a situação se acalmar, a vigilância policial no imóvel foi encerrada, e a suspeita foi liberada. No entanto, a Polícia afirma que ela não retornou à residência onde o corpo foi achado, permanecendo em outro ponto da cidade.

Ainda segundo os investigadores, o caso do desaparecimento da criança está formalmente solucionado quanto à autoria do crime, mas novas diligências foram determinadas para apurar as circunstâncias da ocultação do cadáver e eventuais participações de terceiros. O inquérito segue em andamento, com novas oitivas previstas.

“O trabalho técnico da perícia é fundamental para esclarecer todas as lacunas desse caso. Não estamos lidando com versões, mas com ciência”, concluiu o delegado Paulo Cerqueira.