O ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió (AL), poucas horas após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a execução imediata da pena imposta a ele por corrupção.

Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado, por envolvimento em um esquema ilícito na BR Distribuidora, investigado no âmbito da Operação Lava-Jato.

Segundo seus advogados, o ex-presidente foi detido por volta das 4h, no momento em que se dirigia para o aeroporto com destino a Brasília, onde planejava se entregar espontaneamente à Polícia Federal.

No momento, ele se encontra sob custódia na Superintendência da PF na capital alagoana.

A decisão de Moraes veio após o esgotamento dos recursos da defesa, que tentava reverter a pena com base em divergências na dosimetria entre os ministros do Supremo.

A Corte já havia rejeitado embargos anteriores, e agora o caso será submetido ao plenário virtual do STF nesta sexta-feira, em sessão marcada para começar às 11h e terminar às 23h59.

De acordo com a sentença, Collor teria recebido R$ 20 milhões com apoio dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos. O dinheiro, segundo a denúncia, foi repassado para favorecer contratos entre a BR Distribuidora e a empresa UTC Engenharia, em troca de influência na nomeação e manutenção de diretores da estatal.

A defesa de Collor argumenta que ainda haveria pontos a serem decididos pelo plenário e que os recursos protocolados não teriam caráter meramente protelatório. No entanto, com a ordem de prisão já em vigor, a expectativa é de que o ex-presidente seja transferido para Brasília ainda nas próximas horas para o início do cumprimento da pena.