Política
Compra de Pasadena atendeu a planejamento estratégico, diz Cerveró
O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, iniciou seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na empresa confirmando a afirmação do ex-presidente Sérgio Gabrielli, segundo a qual, em 2006, o planejamento estratégico da estatal apontava para a necessidade da compra de uma refinaria no exterior.
"Nosso plano apontava para a necessidade de expansão do refino fora do Brasil. Havia produção crescente de petróleo pesado na Bacia de Campos. Aliado a isso, o mercado americano crescia em taxas elevadas", explicou.
O fator geográfico também foi importante, segundo o executivo, visto que a refinaria de Pasadena está perto de Houston e do Golfo do México, numa posição estratégica.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras é a segunda pessoa a ser ouvida pela CPI que investiga denúncias de irregularidades na estatal. O seu depoimento iniciou por volta das 10h15 no Senado. Cerveró é autor do relatório que serviu de base para que o Conselho Administrativo autorizasse a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. Por essa razão, está sendo demandado a explicar aos senadores por que omitiu cláusulas importantes do contrato celebrado com a belga Astra Oil, antiga proprietária da refinaria.
Em depoimento à CPI na última terça-feira (20), Sérgio Gabrielli informou que o custo total da refinaria foi de US$ 1,24 bilhão. Segundo ele, hoje em dia a unidade é superavitária.
Apenas senadores da base do governo participam do depoimento de Nestor Cerveró, visto que os oposicionistas decidiram participar apenas da CPI mista (com senadores e deputados), que deve ser instalada na próxima semana.
Histórico
Cerveró começou o depoimento apresentando um histórico de sua vida profissional na companhia. Ele disse ter sido admitido em 1974 por concurso público. É engenheiro químico e começou a carreira na área de refino.
Segundo ele, no período em que esteve no comando da Área Internacional, de 2003 a 2008, a Petrobras expandiu suas ações no exterior, passando de 8 para 26 países em todo o mundo. "Neste período, a estatal adquiriu ativos de grande valor", afirmou.