Política
Estado não tem mais como dar aumento ao servidor em maio
George Santoro avisou que não tem caixa para dar nenhum reajuste agora
Entre o desgaste político de não dar o reajuste salarial aos servidores e a possibilidade iminente de não pagar e até de atrasar salários, o governador Renan Filho vai ficar com a primeira opção.
O governador prefere, revela um importante servidor do Palácio dos Palmares, enfrentar o risco de se desgastar com sindicatos dos servidores, do que repetir os erros de Sergipe, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul que estão atrasando os pagamentos de salários.
“Veja o caso do Rui Palmeira que está enfrentando uma greve geral na prefeitura de Maceió. Ele propôs reajuste de 2,16% e não tem como pagar, porque a situação do setor público é muito difícil”, aponta este “servidor”.
O que o governador vai tentar – anote – é negociar um prazo maior para conceder o reajuste. Renan Filho está disposto a abrir todos os números do estado, num diálogo franco com os servidores. Resta saber se os servidores terão a “paciência” desejada pelo governo.
Estudos
O secretário de Planejamento e Gestão, Christian Teixeira, se reuniu nesta terça-feira com o secretário da Fazenda. George Santoro avisou que não tem caixa para dar nenhum reajuste agora. O reajuste também não pode ser concedido com base na LRF.
Se depender apenas da arrecadação, a resposta sobre o reajuste dos servidores só virá depois que o ‘cenário’ econômico nacional melhorar. Mas até mesmo o governador Renan Filho acredita que só será possível “conhecer melhor a situação do país” no segundo semestre deste ano.
Até lá, o que o secretário Christian Teixeira pretende fazer, é tentar “aprofundar” alguns cortes de gastos para conseguir lastro financeiro suficiente que possibilite dar algum reajuste ao servidor – nem que seja abaixo do índice do IPCA.
Teixeira avisa que terá novas reuniões com Santoro e com o governador Renan Filho, em busca de alternativas: “devemos ter uma posição na próxima semana”, aponta.
O secretário reconhece, ainda, que os salários de maio não terão nenhum reajuste, até porque a folha do Estado é fechada no dia 20 de cada mês. A de maio será fechada nesta quarta-feira, 20, com o mesmo nível salarial de abril – até porque não foi apresentada proposta, nem votada nenhuma lei sobre o reajuste.
Existe, é claro, dependendo das negociações, a possibilidade de pagar um retroativo em folha suplementar. Teixeira promete transparência no diálogo com servidores: “existe uma pressão muito grande em busca de uma resposta. Posso dizer que o nosso esforço é para conseguir uma alternativa. Não está fácil, mas o governador continua empenhado e nós estamos trabalhando para isso”, pondera.