Política

RF x Rui: quem sai perdendo com a relação “institucional” depois da eleição?

Por EJ 03/11/2016 10h10
RF x Rui: quem sai perdendo com a relação “institucional” depois da eleição?

Em entrevista à TV Gazeta, nesta terça-feira, 1º, o prefeito reeleito Rui Palmeira (PSDB) foi bem ameno ao falar do governador Renan Filho (PMDB). Depois das duras críticas durante a campanha, de um lado a outro, o que se promete agora é a continuidade da “relação institucional” entre os chefes do executivo estadual e municipal.

Na entrevista, Rui Palmeira adiantou que a relação com o governador de Alagoas, Renan Filho, segue da mesma forma, no campo institucional, após o resultado da eleição.

Eis o que disse o prefeito: “De maneira institucional continua da mesma forma. A gente está sempre aberto ao diálogo e a parceria. Institucionalmente não  tem nenhuma dificuldade. Não importa se a obra é municipal, estadual ou federal O que importa é que a obra venha para Maceió. Da nossa parte institucionalmente não tem qualquer dificuldade”.

Cá para nós, ficar como está não é bom para o prefeito Rui Palmeira, nem para o governador Renan Filho. Pior, entretanto será para a população de Maceió. Lembremos o ensinamento popular: em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão.

Quem te viu….

Até abril deste ano, antes do começo da campanha eleitoral, governador e prefeito andavam bem próximos do que hoje. Os dois, inclusive, conversaram sobre a possibilidade de uma aliança política. Depois do lançamento da candidatura de Cícero Almeida, pelo PMDB, o tom da conversa mudou. Da água para o vinho – ou para o vinagre.

Foi a partir da aproximação entre prefeito e governador no começo deste ano, por exemplo, que as duas UPAs foram colocadas em funcionamento em Maceió, quase dois anos depois de terem sido inauguradas pelo ex-governador Teotonio Vilela Filho.

Como ficam as promessas, em meio ao imbróglio?

Durante a campanha, Rui Palmeira assumiu o compromisso de construir uma nova UPA no Jacintinho e de priorizar a saúde. E é justo aí que o prefeito vai precisar, junto com seus assessores, colocar a relação institucional para funcionar – de fato.

Pela regra, as UPAs são construídas pelo Estado e administradas pelas prefeituras, com recursos federais (50%), estaduais (25%) e municipais (25%).

Para colocar as UPAs de Maceió e de algumas cidades do interior para funcionar, o estado tem adiantado parcelas do governo federal. Resta saber se o governo vai continuar repassando recursos extras para as UPAs ou fazendo repasses para a saúde, não só de Maceió, mas de outros municípios.

Chamem os bombeiros

É claro que toda esse clima de incêndio entre Rui Palmeira, Renan Filho e o senador Renan Calheiros não pode nem deve continuar nesta temperatura por muito tempo.

O prefeito terá de se preocupar com a administração da cidade, o governador com o Estado e o senador tem uma agenda extensa em Brasília.

Em outras palavras, eles tem mais com o que se preocupar do que ficar trocando acusações.

Os desafios que prefeito, governador e presidente do Congresso Nacional tem pela frente são bem maiores do que o arranca-rabo doméstico.

O prefeito terá de cuidar da administração da cidade, o que não será nada fácil com o agravamento das dificuldades financeiras do município.  Para o governador, a situação não é muito diferente – só a proporção, um tanto quanto maior. Já o senador tem broncas maiores, principalmente em Brasília.

Melhor a turma do “deixa disso” entrar em campo – e logo!