Política
Caixa ainda não demitiu operador de Temer citado em investigação
Michel Temer pode ser ver forçado a demitir um de seus mais próximos auxiliares nos próximos dias.
Trata-se de Roberto Derziê, atual vice-presidente da Caixa Econômica Federal, que foi apontado como uma das peças da suposta quadrilha denunciada pelo Ministério Público Federal na Operação Cui Bono.
Segundo a denúncia, Derziê ajudava Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha no esquema que cobrava propina de empresários, em contrapartida às liberações de empréstimos.
Demitido por Dilma Rousseff, Derziê voltou ao governo com Temer e, antes de reassumir uma vice-presidência da Caixa, foi secretário-executivo de Geddel Vieira Lima, cuidando de todas as nomeações no governo e das emendas parlamentares (saiba mais aqui).
A Caixa ainda não se pronunciou sobre Derziê.
Reportagem de Fábio Fabrini e Júlia Affonso detalha a participação de Derziê no esquema:
Relatório da Operação Cui Bono? (A quem beneficia?), deflagrada nesta sexta 13, cita o atual vice-presidente de Governo da Caixa, Roberto Derziê de Sant’Anna, aliado do presidente Michel Temer, como envolvido no esquema de corrupção que teria predominado no banco público sob comando do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do PMDB.
Na análise de mensagens recuperadas de um celular encontrado na residência de Cunha, durante a Operação Catilinária, os investigadores encontraram menção a “Desirre”, codinome atribuído a Derziê.
Conforme a PF, Cunha e Geddel mencionam o aliado de Temer como um dos servidores da Caixa que ajudariam a liberar R$ 50 milhões para empresas do Grupo Constantino. A operação renderia propinas ao grupo investigado.
Na época dos diálogos, em 2012, Derziê era diretor-executivo de Pessoa Jurídica da Caixa. Depois de exercer essa função, foi nomeado secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), em 2015, no período em que Temer, ainda como vice-presidente, assumiu a pasta, responsável pela articulação política com o Congresso.
Derziê deixou a função para ocupar a vice-presidência de Riscos da Caixa, mas foi exonerado em abril de 2016 pela então presidente Dilma Rousseff, em reação à adesão de Temer e do PMDB ao impeachment. Em dezembro passado, o governo do atual presidente o reincorporou à cúpula do banco. Na época, a nomeação chegou a ser questionada, nos bastidores, diante de rumores de que Derziê era citado em investigações.