Política
Governo consegue tirar Embrapa de Alagoas do papel
A presidente era Dilma Roussef e a ministro da Agricultura era a senadora Kátia Abreu. E lá se vão dois anos desde que foi a anunciada, no final de fevereiro de 2016, a criação de um Centro de Pesquisas da Embrapa em Alagoas.
O estado, importante registrar, é um dos dois no País que ainda não tem um Centro de Pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária – a maior do mundo em agropecuária tropical.
Em meio a troca de comando no Palácio do Planalto e a crise econômica, a Embrapa – registrei outro dia, aqui, o projeto não conseguiu sair do papel.
De fato, após quase dois anos, o projeto da Embrapa continuava engavetado. Continuava…
Enfim, numa ação conjunta, governo federal e governo do estado estão desengavetando o projeto e vão anunciar, nesta quinta-feira, o plano de implantação do Centro de Pesquisas em Alagoas
Os investimentos previstos, inicialmente, são de R$ 10 milhões. A apresentação do “Projeto de Implantação da Unidade de Pesquisa Agroalimentar no Estado de Alagoas” será nesta quinta-feira, 8 de fevereiro, às 10h, no Palácio dos Palmares, num ato presidido pelo governador Renan Filho, com participação do secretário de Agricultura de Alagoas, Antônio Santiago e dos técnicos, João Flávio Veloso e Tenisson Waldow, que participaram desenvolvimento do projeto de implantação da Embrapa Alagoas, já aprovado no Conselho de Administração da Embrapa (Consad).
A implantação do projeto começa, acredita Antônio Santiago, em março deste ano. Até o centro de pesquisa funcionar pra valer serão necessários, mais um ano ou dois. Até lá, a Embrapa vai precisar definir uma área em parceria com o Estado e construir as novas instalações, incluindo laboratórios e campos experimentais.
Aromas do Nordeste
Alagoas já tem uma unidade de pesquisa da Embrapa, vinculada a Embrapa Tabuleiros Costeiros, que fica sediada em Aracaju – SE, que tem pesquisas voltadas para a produção de culturas como o coco e grãos, entre outras.
O Centro de Alagoas, assim como todos os outros terão um foco específico, a partir de particularidades do agronegócios alagoano, com área de atuação regional.
“O foco desta nova unidade será alimentos, fazendo olink com nutrição, saúde, associado com gastronomia e turismo. É uma coisa superimportante para o estado de Alagoas. Temos por exemplo a própolis vermelha, com certeza esta substância tem que ser explorada aqui, assim como a pimenta vermelha, nativa nossa, o nosso derivado de leite. Porque não podemos agregar valor e melhorar a qualidade dos nossos produtos lácteos? Também vamos desenvolver produtos para o turismo e a saúde”, aponta Santiago.
Não é só. Outro produto que certamente vai entrar na pauta da nova Embrapa é a cana-de-açúcar, “ não no sistema de produção, mas no desenvolvimento de novos produtos e aplicações, como a questão de bioplástico e outras características importantes que poderão agregar valor a cana-de-açúcar”, explica Santiago.
O secretário lembra ainda que culturas importantes para Alagoas como a mandioca e a macaxeira, passando por derivados, como a tapioca também serão objeto do centro da Embrapa em Alagoas: “todos esses alimentos que a gente chama de territoriais ou funcionais farão parte do enfoque principal. Essa unidade tem também, além de todo o estado de Alagoas, vai atender inicialmente toda a região Nordeste”, enfatiza.