Política
Rui Palmeira provocou “tsunami” na oposição, diz especialista
Apesar dos estragos causados pela desistência do prefeito em disputar governo, Bastos acredita que oposição pode ter candidato competitivo
Nada que não tenha sido dito antes, mas precisa sim ser melhor analisado. Na Bahia, a desistência do prefeito de Salvador, ACM Neto, em disputar o governo teve reações bem mais fortes do que o gesto de Rui Palmeira por aqui.
Os dois viveram dramas parecidos: deixar a prefeitura da capital para disputar o governo contra um candidato que vai à reeleição e está bem avaliado. A diferença é que ACM Neto tem aprovação melhor do que a de Rui Palmeira. Mas, em ambos os casos, o “estrago” na oposição foi grande.
No caso de Alagoas, a avaliação do professor Marcelo Bastos, especialista em eleições de Alagoas – com livros já publicados sobre o tema – é que a desistência de Rui Palmeira pode ser traduzida como um “tsunami” na oposição.
Os estragos ainda são vistos hoje: o grupo de “oposição” tem dificuldades para formar um palanque majoritário. Mas à medida que o tempo vai passando e a poeira vai baixando, as expectativas se renovam.
Apesar dos estragos profundos, Bastos disse em entrevista ao jornal Gazeta de Alagoas, publicada na edição do último final de semana (21 e 22) que uma candidatura do PSDB ao governo ainda é viável.
Após a desistência de Rui Palmeira, avalia Bastos, se imaginava que o governador Renan Filho seria reeleito por WO. Não é bem assim. Ele avalia que um nome se Rodrigo Cunha seria competitivo: “Não seria uma aventura de forma alguma. Dizer que ele ganha, aí seria uma especulação diante de um governador que há quatro anos faz campanha para a reeleição”.
Marcelo acredita até seu nome seria melhor que de Palmeira: “Eu digo sem medo de errar que ele poderia ser até mais forte que Rui Palmeira, porque o Rui Palmeira tem o desgaste da gestão como prefeito de Maceió. E não tenha dúvida que o governador atual ia usar a administração sonolenta, devagar do prefeito como forma de querer comparar a gestão dele com o prefeito”.
A “base de comparação”, acredita Marcelo, não poderia ser usada caso Rodrigo Cunha seja candidato ao governo, “porque o Rodrigo não é o prefeito de Maceió, não tem desgaste nenhum”, pondera.