Política

Militares querem lançar 71 candidatos, diz Veja

Motivados pelo desempenho do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ)

Por Redação com Agência 09/05/2018 14h02
Militares querem lançar 71 candidatos, diz Veja

De acordo com a revista, motivados pelo desempenho do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à Presidência, pelo menos 71 militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica lançaram pré-candidaturas a vagas no Congresso e no Executivo em 25 estados e no Distrito Federal, apenas o Acre não tem pré-candidato nesse grupo. Parte deles se reuniu na terça-feira, pela primeira vez, em Brasília para unificar o discurso.

Bem ao estilo militar, a reunião começou pontualmente no horário marcado, com pouco mais de 30 participantes. A mesa foi composta apenas por generais, hierarquicamente superiores aos demais nas Forças. Cada um ali presente se apresentou. Os discursos, feitos sem interrupção, tinham como tema principal o combate à corrupção e o direito de militares de se candidatar a cargos eletivos nessas eleições.

Mesmo ausente, Bolsonaro foi lembrado no evento, realizado em uma sala da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), na área central de Brasília. O presidenciável foi convidado, mas não compareceu — o que rendeu críticas de um dos presentes, que preferiu não se identificar. Nesta quarta-feira, o grupo pretende ir ao Congresso para se encontrar com o deputado.

O discurso mais contundente da reunião foi o do general de Exército da reserva, Augusto Heleno, que não se coloca como candidato, mas está sendo pressionado por seus pares. Ele primeiro negou a tese de que se esteja tentando formar uma “bancada militar”, justificando que não pode existir divisão entre sociedade civil e militar, e disse que considera isso “um preconceito” e “uma invenção da esquerda”.

O general afirmou ainda que o deputado “não é o candidato dos seus sonhos” e que “exigem do Bolsonaro o que nunca exigiram dos outros”. Heleno disse ainda que, “ao contrário do que alguns entendem Bolsonaro não vai poder governar sozinho e vai ter de montar uma equipe conjunta”.

A mesa de discussão foi conduzida pelo general Girão Monteiro, pré-candidato a deputado federal pelo Rio Grande do Norte — que está atuando como organizador dos pré-candidatos militares no país. 

Partidos

É da legenda de Bolsonaro, o PSL, que vem a maior parte dos pré-candidatos ligados às Forças Armadas – 60 deles são filiados a legenda.

Entre militares da reserva e da ativa, há uma única mulher. A coronel da reserva do Exército Regina Moézia, de 54 anos, quer ser deputada distrital em Brasília. Terceira geração de militares de sua família e integrante da primeira turma de mulheres do Exército, ela diz estar acostumada a lidar com grupos majoritariamente masculinos.

Coronel Regina está apostando nas mídias sociais para se eleger. Este tem sido o principal meio de comunicação dos pré-candidatos militares — que veem na falta de recursos e na filiação a partidos pequenos e sem dinheiro um dos principais obstáculos para se elegerem.