O clima no grupo político ligado ao prefeito de Maceió, Rui Palmeira, é de discórdia. Pelo menos quando se trata de chapa majoritária. A última versão, que ganhou as ruas neste sábado, revela um possível “veto” do grupo do PP ao presidente da Câmara Municipal de Maceió, Kelmann Vieira (PSDB), que foi candidato a disputar o governo pelo presidente do PSDB e prefeito da capital, Rui Palmeira.

“O Kelmann foi vetado por conta de suas ligações com os Calheiros”, relata um importante interlocutor, que tem acompanhado as conversas no grupo que reúne, além dos tucanos, DEM, PP e PROS.

Mas não foi só isso. Também está em jogo a eleição da prefeitura de Maceió em 2020. Existe um “acerto” de que o candidato a governador poderá disputar a sucessão de Rui Palmeira com apoio do grupo. É por isso que o PP tem tentado emplacar o nome do vice-prefeito Marcelo Palmeira (PP), mas tem encontrado resistência dos outros partidos.

Em meio a esse imbróglio, um novo nome pode surgir na disputa ao governo. Neste sábado, segundo o interlocutor, que bola da vez era de José Thomaz Nonô. “O Nonô foi sondado pelos líderes do partido. Nesse momento ele surge como uma das poucas opções que restam”, afirma.

Nonô chegou a falar sobre isso logo após a recusa de Rodrigo Cunha em disputar o governo, no último dia 10 de maio. Ele afirmou que não tem interesse em disputar cargos majoritários e que sua prioridade é a Câmara dos Deputados.

Relação histórica

A relação de Kelman Vieira com os Calheiros nunca foi segredo para ninguém. Antes de se filiar ao PSDB ele foi do MDB e é casado com Flávia Cavalcante, filha de Cícero Cavalcante, um dos mais antigos aliados de Renan Calheiros.

Tanto ele quanto o sogro estão priorizando a eleição de Flávia para a Assembleia Legislativa.

Em janeiro deste ano, Kelmann visou o senador Renan Calheiros, acompanhado de um grupo de vereadores. Ao falar para o site Diário do Poder o presidente da Câmara Municipal declarou voto em Rui Palmeira (que ainda era pré-candidato ao governo) e em Renan Calheiros.

“Rui Palmeira é um voto inquestionável; como também pra mim, um voto de senador é do Renan! Eu sou assim: se eu tiver gratidão voto sem nenhum constrangimento! Aí até hoje Rui não diz pra onde vai e se vai! Então pra mim Rui é por gratidão. Se ele for pra Senado um voto é dele! Se for pra governador voto nele. Mas o outro do Senado é de Renan”, afirmou Kelmann Vieira.

Para ler a reportagem completa, acesse o link:

Na mesma reportagem, Kelman revelou divergências internas, ao defender o nome de Flávia para a a Assembleia Legislativa.

O Diário do Poder quis saber se Kelmann Vieira acredita que essa articulação em prol do senador do MDB possa aborrecer o prefeito Rui Palmeira, que sinaliza que enfrentará o grupo dos Renans. Eis a resposta: “Ele pode até ficar, mas não tem motivo. Meu compromisso é com primeiro voto. Prefeituras do PSDB, muitas votam com Renan! Abrahão que é o coordenador geral do Rui tem uma filha candidata na região que faz oposição ao meu grupo! Vou abrir mão de tudo por Rui? Aí também é demais né? Como Abrahão em todo lugar diz que vai coordenar tudo e coloca uma filha candidata? Vai tratar igualmente? Claro que não. Então, voto no Rui, mas candidatura de Flavia será uma prioridade pra mim também”, justificou o vereador.

Leia aqui, na íntegra: ALIADO DE RIVAL DE RENAN ARTICULA REELEIÇÃO DO SENADOR, EM ALAGOAS