Política
Enquanto busca saída, Temer tenta nova trégua com caminhoneiros
Busca brechas no Orçamento para compensar a diminuição de impostos que incidem sobre o diesel
Sem espaço fiscal, o presidente Michel Temer tenta uma trégua com os caminhoneiros enquanto a equipe econômica busca brechas no Orçamento para compensar a diminuição de impostos que incidem sobre o diesel.
Em entrevista nesta quinta-feira (24), o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) disse que o governo não deve fazer nenhuma nova oferta na reunião marcada para a tarde desta quinta, com representantes da categoria.
"Avançou-se em duas questões: preço e previsibilidade, que é muito cobrada nas reivindicações que nos fazem. Vamos para a reunião de hoje, não mais como ontem, simplesmente ouvindo, mas já tendo tomado medidas concretas que entendo que podem resultar numa trégua", disse.
Ao fim de um evento no Palácio do Planalto, na quarta (23), Temer pediu aos caminhoneiros uma trégua de três dias. A fala foi respondida com a declaração de que a paralisação teria continuidade.
Temer reuniu na manhã desta quinta o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e ministros da coordenação política e da equipe econômica. Eles buscam formas de encontrar uma compensação fiscal para a redução a zero dos tributos PIS/Cofins sobre o diesel. A medida foi acrescentada pelos deputados no projeto de reoneração da folha de pagamentos, aprovada na Câmara na noite de quarta.
A estimativa é de uma perda de receita de R$ 12 bilhões este ano, caso a medida seja aprovada no Senado e não sofra vetos do Executivo.
Com dificuldades para elevar a arrecadação, o governo ainda estuda saídas para indicar a compensação da perda dos tributos.
Na reunião da manhã desta quinta, chegou-se à conclusão de que é necessário mais tempo para indicar essas saídas e que ceder mais ao movimento grevista neste momento pode estimular outros setores insatisfeitos a iniciarem novas greves pelo país.
A análise do setor de inteligência do Palácio do Planalto é que o movimento deve apresentar sinais de arrefecimento no final de semana e que, com a falta de combustíveis e alimentos, a população poderá se revoltar contra os motoristas em greve. Com informações da Folhapress.