Política

Arrecadação com

Site fica com 4% do valor arrecadado em campanha

Por Redação com Agência com Tribuna Independente 23/08/2018 14h02
Arrecadação com
Reprodução/Internet

Mediante o veto às doações de empresas para campanha eleitoral, em todo o País, os partidos políticos adotaram o "crowdfunding", mais conhecido como “vaquinha virtual”, para arrecadar doações de pessoas físicas às campanhas deste ano.

Em Alagoas, o candidato ao governo pelo PSOL, Basile Christopoulos, e o candidato a senador pelo PSDB, Rodrigo Cunha, fizeram uso da ferramenta, porém, a arrecadação foi pequena se comparado ao volume de gasto necessário para uma campanha majoritária.

Até agora, Basile conseguiu arrecadar quase R$ 2 mil e Rodrigo Cunha, aproximadamente R$ 5 mil. Ambos acreditam que as doações tendem a aumentar.

Apesar de ter arrecadado R$ 5 mil em doações, o deputado estadual e candidato ao Senado, Rodrigo Cunha, diz que está muito feliz com o engajamento das pessoas a sua candidatura, uma vez que esse montante chegou de várias pessoas que contribuíram com R$ 10,00, R$ 20,00, R$ 50,00 e R$ 100,00. Para o candidato, isso demonstra que as pessoas estão predispostas e engajadas, mesmo diante das dificuldades financeiras.

“A vaquinha virtual é muito importante não só pelo novo momento que a gente vive, pois sabemos que infelizmente a imagem de muitos políticos aqui é que nessa época dão dinheiro às pessoas. No nosso caso, a campanha é extremamente diferente. A gente pede para que as pessoas contribuam. Saber que elas estão colocando a mão no bolso é muito importante e significa que as pessoas querem mudança e que apostam muito em mim”, destacou o tucano.

Cunha explicou que sua campanha já está na terceira fase, a de envolvimento, a tal ponto de fazer com que as pessoas doem dinheiro para financiar sua campanha. As outras fases foram a de ser bem recebido e a de chamamento do eleitorado.

“Pra mim, é o nível máximo de envolvimento que um eleitor pode ter, principalmente quando não tem vínculos de ‘toma lá, da cá’, são situações de pessoas que realmente apostam. Muitas delas eu sequer conheço, então é emocionante falar sobre isso, sabendo que pessoas acreditam não só no Rodrigo, mas também no que o Rodrigo representa para Alagoas”, avaliou.

Segundo o candidato do PSDB, há um nível de confiança das pessoas em torno do seu nome, devido a sua história como parlamentar. “As pessoas querem mudança e sabem que eu não vou pegar dinheiro de onde não deve. Só que a minha candidatura depende muito do engajamento das pessoas, seja indo para as ruas ou divulgando nas redes sociais”.

Condição financeira é empecilho para doações

Basile Christopoulos (PSOL) atribui à baixa arrecadação de recursos proveniente das doações de pessoas físicas à condição financeira do alagoano.

Segundo ele, cerca de 50% da população vive em condições de pobreza, o que para o candidato ao Governo de Alagoas é um fator que traz empecilhos para as pessoas doarem para uma campanha eleitoral.

“Metade da população do Estado tem dificuldades para sobreviver, e a política nesse sentido fica inviabilizada, o que também inviabiliza a própria democracia devido a grande desigualdade”, ressaltou o candidato do PSOL, salientando que se a população tivesse uma boa condição de sobrevivência pensaria melhor em poder doar seu tempo e seu dinheiro para uma campanha política.

Lugares mais ricos, onde as pessoas têm uma condição de vida melhor, as doações alcançaram um patamar altíssimo, a exemplo do Distrito Federal, onde um candidato a senador do PSOL conseguiu arrecadar mais de R$ 100 mil no primeiro mês de vaquinha eleitoral.

“Nosso Estado é muito pobre e fazer política é um luxo nesse sentido. Poder participar da campanha com doações de recursos é algo que você só faz quando já tem condições de subsistência garantida”, pontuou.

Apesar de o valor ser considerado pequeno, Basile contou que tem esperança na vaquinha eleitoral por acreditar que não é só a desigualdade, mas também a questão cultura do pedir “benefícios” aos candidatos, fator que, segundo ele, não muda de um dia pra noite e nem em uma eleição.

“É um processo e as pessoas que doaram dessa vez, certamente, vão se dispor a doar em outras campanhas e cada vez mais a gente pode se programar e pensar melhor como podemos atrair as pessoas para esse tipo de doação”, opinou.

As mulheres estão entre as que mais contribuíram com a vaquinha virtual do Basile que, informou ser possível verificar no site o nome de todas as pessoas que doaram para a sua campanha ao Governo de Alagoas.

Campanha
Site fica com 4% do que é repassado
Tanto o candidato ao governo, Basile (PSOL), quanto o candidato a senador, Rodrigo Cunha (PSDB), acreditam que as arrecadações das doações via crowdfunding, popularmente conhecidos como vaquinhas virtuais, irão aumentar no decorrer da campanha. Ambos contaram à reportagem da Tribuna Independente que irão intensificar a divulgação das arrecadações de pessoas físicas.

Para Rodrigo Cunha, os R$ 5 mil arrecadados foi compatível ao tamanho da divulgação inicial da possibilidade de doações através da vaquinha, e mesmo feliz com o resultado, informou que conta com mais doações das pessoas para a sua campanha rumo ao Senado Federal.

Basile contou que além do crowdfunding, também irá intensificar a campanha para que as doações também sejam feitas diretamente na conta de sua campanha.

“Ainda tem possibilidade de arrecadação através da vaquinha virtual, porém, do ponto de vista financeiro, a doação efetuada diretamente na conta da campanha é melhor, uma vez que o site da vaquinha fica com 4% de tudo que é arrecadado”, contou o candidato do PSOL, acrescentando ainda que apesar disso, a vaquinha continuará sendo utilizada para quem tiver interesse em doar e toda doação será bem vinda.