Política
Mais fácil boi voar de costas a candidatos apoiarem Alckmin, diz Ciro
Em carta, FHC pediu que candidaturas moderadas se unam para enfrentar radicalismos
Em uma provocação, o candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, afirmou nesta sexta-feira (21) que é mais fácil "um boi voar de costas" do que candidatos do campo de centro abrirem mão da disputa eleitoral para apoiarem Geraldo Alckmin, do PSDB.
Em carta, divulgada na quinta-feira (20), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu que as candidaturas moderadas se unam para enfrentar o que chama de radicalismos na eleição presidencial deste ano.
Em uma aparição pública de cerca de vinte minutos, na qual interagiu apenas com militantes, Ciro disse que o tucano só tem respeito ao seu "próprio ego".
"É muito mais fácil um boi voar de costas. O Fernando Henrique não percebe que ele já passou", disse.
Para o candidato, ao fazer um pedido de união, FHC prepara uma justificativa para apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad, caso um segundo turno seja disputado pelo petista e por Jair Bolsonaro, do PSL.
"A minha sugestão para ele, que ele merece, é que troque aquele pijama de bolinhas, que está meio estranho, por um pijama de estrelinhas. Porque, na verdade, ele está preparando o voto no Haddad. Ele não tem respeito a nada e a ninguém, a não ser ao seu próprio ego", criticou.
Em uma passagem relâmpago por Brasília, Ciro caminhou em uma praça ao lado do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.
Com uma estratégia de se apresentar como "terceira via", ele criticou os radicalismos na disputa deste ano e defendeu políticas para mulheres, que hoje, segundo as pesquisas eleitorais, são a maior parte dos eleitores indecisos.
"Vamos oferecer ao Brasil uma saída que liberte o nosso povo dessa ameaça perigosa. Os extremistas estão nos convidando a dançar na beira do abismo", disse.
'INOCENTE'
Na chegada à praça, em entrevista à imprensa, Ciro criticou o conflito de versões entre Jair Bolsonaro e seu guru econômico, Paulo Guedes, sobre a recriação de um novo tributo nos moldes da CPMF.
Para o candidato, só uma "pessoa muito inocente" e "doida para ser enganada" acredita que Bolsonaro dará atenção às propostas de Guedes caso seja eleito presidente em outubro. Para ilustrar, ele citou uma propaganda de xarope do Ceará.
"Tinha uma propaganda no interior do Ceará que era feita pelo Nezinho do Jegue. Ela dizia assim: 'Só burro não toma Castaniodo'. Só uma pessoa muito inocente, doida pra ser enganada acredita que o Bolsonaro vai dar dar quinze dias de atenção ao Paulo Guedes", disse.
Segundo Ciro, Bolsonaro não teria coragem de enfrentar uma repulsa da sociedade brasileira caso implemente propostas defendidas pelo conselheiro econômico. Ele citou como exemplos a privatização da Petrobras e o fim da licença maternidade.
"O Bolsonaro simplesmente não tem coragem para confrontar a onda de repulsa que a sociedade brasileira levantaria contra a entrega aos estrangeiros da Petrobras e do Banco do Brasil e a destruição do 13º salário e do direito às férias", disse.
Em conversas com o mercado financeiro, Guedes reconheceu a possibilidade de criação do imposto. Com a revelação pela Folha de S.Paulo, Bolsonaro se posicionou contra a proposta. Com informações da Folhapress.