Política
Biu, Renan e Maurício trocam acusações e poupam Cunha
Políticos reformulam suas estratégias a seis dias da eleição
Maurício Quintella (PR) tem levado alfinetadas explícitas de Benedito de Lira (PP) e de Sérgio Cabral (Patriotas), que o acusam de ter sido condenado, quando era secretário de Educação do Estado, num esquema de desvio de recursos da merenda escolar.
Já o grupo de Benedito de Lira, com o reforço do presidente do PSDB em Alagoas, Rui Palmeira, tem batido na tecla de que Renan Calheiros é investigado em vários processos no STF.
Renan Calheiros passou a usar as redes sociais e o guia eleitoral para responder a Biu de Lira, que estaria “desesperado” pela queda nas pesquisas. A resposta a Rui, na TV, apontando falhas na administração à frente da prefeitura de Maceió tem um tomo mais suave, mas nas redes sociais o grupo de Renan tem pegado mais duro e vem tratando o prefeito de “ingrato” e “odiento”, entre outros adjetivos.
Maurício Quintella, que não estava atacando ninguém, apenas tentando conseguir o segundo voto de Renan, Biu e Rodrigo, resolveu partir para o contra-ataque. Na TV, acusou Biu de mentiras e lembra que o senador também seria investigado na lava-jato.
Um experiente marqueteiro, que não está atuando em eleições de Alagoas este ano, estranha a falta de agressões dos adversários a Rodrigo Cunha: “eles deixaram o candidato construir um discurso de que é diferente, de bom mocismo, montando uma figura que não é vista pelas pessoas como um político tradicional. Agora, na reta final, preferem talvez evitar o confronto diante de um aparente favoritismo do candidato tucano”, aponta.
A estratégia dos candidatos, no entanto, avalia o marqueteiro, é equivocada: “o Rodrigo é tão político quanto os outros, bebeu da mesma fonte. Ajudou a eleger o Rogério Teófilo em Arapiraca, que hoje não tem boa avaliação. Além disso, quando foi eleito deputado estadual, em 2014, teve forte apoio do governador Téo Vilela e recebeu inclusive financiamento eleitoral de construtoras que estão implicadas na lava jato, a partir de doações feitas pelo seu partido”, pondera.
Segundo o marqueteiro, embora tenha construído a imagem de “diferente”, Rodrigo faz alianças com a velha política: “sua candidatura foi construída, mais uma vez, pelo Téo Vilela. Não fosse o ex-governador, ele não seria candidato ao Senado”, avalia.
A estratégia atual, de poupar o candidato tucano, acredita o marqueteiro, vai acirrar a disputa pela outra vaga ao Senado, principalmente entre Benedito de Lira e Renan Calheiros: “basta ver a movimentação deles nos últimos dias. Além da troca de acusações na TV e nas redes sociais, essa guerra tende a contaminar as lideranças políticas do interior, que por ironia apoiam de forma majoritária Renan, Maurício e Biu”.