Política
Bolsonaro diz que não tem controle sobre atos violentos de seus devotos
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, pediu hoje (10) para que seus apoiadores e simpatizantes não pratiquem atos de violência e agressão. Em sua conta do Twitter, a partir de uma entrevista concedida pelo candidato, ele reiterou que não tem controle sobre as pessoas e disse que é "a prova viva" da intolerância.
"Esta pergunta não deveria ser invertida? Quem levou a facada foi eu. Um cara lá, que tem uma camisa minha, comete um excesso, o que eu tenho a ver com isso? Eu lamento. Peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle sobre milhões de pessoas que me apoiam. Agora, a violência vem do outro lado, e eu sou uma prova viva disso", disse o candidato.
Bolsonaro negou que há um clima bélico na campanha, acirrando ânimos e provocando episódios de violência. "Não está tão bélico assim, está um clima acirrado, de disputa, mas são casos isolados, que a gente lamenta e espera que não ocorram."
Uma jovem de 19 anos, em Porto Alegre, que usava uma camiseta crítica ao candidato do PSL teve as costas marcadas a canivete por um homem que a agrediu e desenhou a suástica (símbolo nazista). Há dois dias, foi assassinado o mestre de capoeira Moa do Katendê, em Salvador, também por divergências políticas.
Mudanças
Nas redes sociais, Bolsonaro ressaltou ter defendido penas mais severas contra crimes passionais, independentemente da orientação sexual da vítima. Em um post, publicado no Twitter, é uma resposta às críticas contra ele sobre a forma como trata mulheres e homossexuais. "Como parlamentar, propus penas mais severas para crimes passionais independentemente de sexualidade. Mulheres são as maiores vítimas destes crimes, que também atinge homossexuais. Seguirei defendendo que todos somos iguais perante a lei, e que assassinos sejam punidos duramente."
O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse hoje que há uma a escalada de violência que predomina em torno das divergências políticas que deve ser combatida por todas as forças políticas.
Debates
Pela manhã, Bolsonaro foi examinado por uma junta médica que recomendou que ele fique de repouso por mais uns dias. O que significa que o candidato não vai participar do debate na próxima sexta-feira (12), na Rede Bandeirantes. De acordo com os médicos, no dia 18, haverá um novo exame para verificar para quais atividades ele estará liberado.
Em casa, o candidato recebe parentes, amigos e correligionários. Também mantém de forma intensa a participação nas redes sociais. Ele defendeu, mais vez, as escolas coordenadas por militares como "sucesso de modelo" de eficiência e qualidade.
Segundo Bolsonaro, a intenção é que, uma vez eleito, cada estado do país tenha pelo menos uma escola coordenada por militares. "Alcançando índices de educação e assim servindo como referência. O respeito ao professor e ensino de qualidade, esquecidos nos últimos governos, serão a nossa base."