Política
Dois alagoanos podem assumir o comando da Câmara dos Deputados e Senado
O quadro mais provável seria a eleição de Renan Calheiros e Rodrigo Maia, mas tudo pode acontecer
É um cenário ainda pouco provável ante o aparente favoritismo do deputado federal Rodrigo Maia, (DEM-RJ), que a essa altura já conquistou o apoio de 12 partidos na busca pela reeleição para a presidência da Câmara Federal.
Ainda assim, o deputado alagoano Arthur Lira (PP-AL) começa a despontar como o mais forte para barrar uma eventual vitória de Maia ainda no 1o turno.
Se Arthur, que é líder do PP na Câmara, conseguir ir para o 2o turno teria chances de vitória, segundo vários analistas. Isso porque ele vem conseguindo articular um bloco de oposição a Maia que poderá reunir até 214 deputados, dependendo da posição do PT e do bloco formado por PCdoB (9), PSB (32) e PDT (28).
A formação desse bloco mais à esquerda deve inviabilizar a candidatura independente de outro alagoano, o deputado federal JHC (PSB-AL), que vem correndo por fora.
Sem o apoio do seu partido até agora, João Henrique Caldas tenta costurar aliança com outros candidatos. Nessa quinta-feira ele foi ao gabinete do atual vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (MDB-MG), que também é candidato a presidente da Casa. Recentemente, JHC chegou a anunciar um acordo com outros pré-candidatos, em que passasse para o 2o turno teria o apoio de quem não conseguisse chegar lá. Mas não se sabe qual foi o entendimento entre ele e o deputado Fabinho.
O blog tentou entrar em contato com JHC, para saber se ele manterá a candidatura, mesmo com um eventual acordo entre Arthur Lira e o PSB ou se poderá disputar outro cargo. O deputado não respondeu.
Outro alagoano desponta como favorito na disputa, mas não Câmara dos Deputados e sim no Senado Federal. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem sido apontado como o nome mais forte na disputa pela imprensa nacional e por vários analistas políticos. Ele no entanto ainda não declarou que será candidato. A decisão só deverá ser tomada após reunião de seu partido. Tradicionalmente, a legenda que tem a maior bancada no Senado elege o presidente – que é a do MDB, com seus 12 senadores.
O quadro mais provável na eleição que será realizada tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados no dia 1o de fevereiro, segundo os analistas, seria a eleição de Renan Calheiros e Rodrigo Maia. Ainda assim, não é impossível que dois alagoanos assumam, ao mesmo tempo, o comando do Senado e Câmara dos Deputados. Mas essa é outra história.
Como Lira tenta inviabilizar Maia
Não é apenas a presidência da Câmara dos Deputados que está em jogo. Segundo a coluna Folha Política, da Folha de Pernambuco, durante encontro em São Paulo, nessa quarta-feira, o líder da bancada federal do PSB, deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), se reuniu com deputados do PDT e do PCdoB.
O bloco formado pelos três partidos, sem contar com o PT, reúne 70 parlamentares. Com o PT, vão a 126. No último domingo, Tadeu Alencar recebeu, no Recife Arthur Lira.
A intenção do progressista é atrair PCdoB (9), PSB (32) e PDT (28) para consolidar um bloco unindo ainda PT (56), MDB (34), PTB (10), o próprio PP (37) e o PSC (8). Esse conjunto somaria 214 nomes.
Nas contas dos progressistas, isso seria suficiente para impedir que Rodrigo Maia cumpra os compromissos assumidos com seus apoiadores. Caso essa aliança que o PP vem articulando se consolide, membros do grupo apostam que Maia, pela proporcionalidade, só terá três vagas na Mesa e não terá como cumprir acordos. Advertem que ele quebraria, de largada, compromisso com o PR ou com o PRB e até não conseguiria entregar a comissão de Finanças ao PSL. Avaliam que a composição que trabalham daria proteção aos partidos de oposição. Leia-se: garantia de que, em quatro anos, teriam espaço na Mesa, em comissões sem precisar pedir favor a Rodrigo. PSB, PCdoB, e PDT, no entanto, não bateram o martelo. E estão cientes de que, com seus 70 integrantes, o trio pode vir a ser o fiel da balança. “Se o bloco for para Rodrigo, ele ganha no primeiro turno. Se for para o outro lado, provoca segundo turno com risco de uma reversão no quadro”, observa Tadeu Alencar. A conferir.