Política

As consequências para Alagoas sem Renan Calheiros na presidência do Senado

Por Blog do Edivaldo Junior 05/02/2019 13h01
As consequências para Alagoas sem Renan Calheiros na presidência do Senado
Foto: Internet

A eleição para a mesa diretora do Senado, no último final de semana, teve um desfecho inesperado. Apontado como um dos favoritos, o senador Renan Calheiros (MDB) retirou a candidatura durante o tumultuado processo de votação.

Nem mesmo ele, acostumado a todo tipo de pressão, conseguiu reverter o jogo bruto comandado pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Apesar da interferência do ministro e a desistência do senador alagoano no início da votação, o novo presidente do Congresso Nacional teve apenas 42 dos 81 votos possíveis.

Como uma casa dividida e “arranhada”, Renan Calheiros segue como senador e deve, mesmo fora da mesa, ter forte influência no plenário. Menos mal.

Melhor para Alagoas seria Renan presidente do Senado. Até quem não gosta dele, costuma reconhecer (a exceção fica por conta das paixões eleitorais mais intensas de 2018 que ainda não arrefeceram) o papel do senador como presidente da Casa em benefício de seu Estado – e por tabela do Nordeste.

Os números mostram isso. Na última vez que presidiu o Senado, Renan ajudou na renegociação da dívida dos Estados, assegurando mais R$ 1 bilhão para investimentos em Alagoas. Outro feito foi a repatriação de recursos em 2016, que assegurou mais de R$ 16 bilhões para os Estado e municípios. Os mais pobres receberam proporcionalmente mais. A Alagoas e seus municípios foram destinados mais de R$ 573 milhões.

Renan Calheiros também ajudou – não é segredo para ninguém – a viabilizar obras de todo o tipo no Estado. De pavimentação de ruas em pequenas cidades ao Canal do Sertão.

Mas não foi só para Alagoas. Como presidente do Senado, Renan viabilizou o 1% extra de FPM para os municípios brasileiros em julho e depois outro extra 1% em dezembro – o que representa mais de R$ 8 bilhões por ano a mais para as prefeituras do país.

Isso sem contar pautas específicas como o subsídio para produtores de cana, renegociação das dívidas para produtores rurais endividados e ainda pautas como a PEC das domésticas ou a regra que assegurou reajuste acima da inflação para o salário mínimo.

Como presidente do Senado, Renan também conseguiu abrir espaços para alagoanos, políticos ou não, em diferentes áreas no cenário nacional.

Não é fácil calcular o que ou quanto Alagoas perde sem Renan na presidência do Senado. Mas qualquer alagoano de bom senso saberá admitir que era melhor para o Estado ter ele como presidente.

O jogo está jogado. Agora é esperar os próximos passos.

Governador lamenta perda

Em entrevista a Gazetaweb, na manhã desta segunda-feira (04), o governador Renan Filho (MDB) lamentou o resultado (no Senado) afirmando que Alagoas perde muito, mas que o estado segue firme, com segurança fiscal.

“Alagoas perde muito. Era uma boa oportunidade do estado ter um espaço no cenário político Nacional. Certamente isso ajudaria o estado mas nós aqui em Alagoas fizemos o dever de casa estamos firmes fiscalmente. Vamos seguir avançando e o senador Renan, não como presidente do senado como ele já cumpriu no passado, mas como Senador de Alagoas vai seguir cumprindo o papel dele em Brasília”, disse o governador.