Política
Calheiros vai ouvir alagoanos antes de decidir seu voto na reforma da previdência
O senador se reuniu nesta segunda-feira, 8, com membros do Fórum Brasileiro em Defesa da Previdência
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) se reuniu nesta segunda-feira, 8, com membros do Fórum Brasileiro em Defesa da Previdência. O grupo formado por juristas alagoanos externou suas preocupações com a proposta de reforma apresentada pelo governo.
“Foi um ótimo momento para discutir itens da proposta. Minha ideia é seguir ouvindo e conversando com alagoanos das mais diferentes categorias para tomar posição sobre cada ponto dessa reforma”, disse o senador.
O encontro teve a participação do ex-juiz Marcelo Tadeu, do ex-deputado Ronaldo Medeiros, do presidente do fórum, Flávio Gilberto Farias, além dos advogados Francisco Lopes, Roberto Medeiros e do diretor de Desenvolvimento da Desenvolve, Israel Lessa.
O que não funciona
Considerado um dos maiores especialista em previdência de Alagoas, Ronaldo Medeiros explica que a conversa com o senador faz parte do esforço do fórum e da OAB para apresentar alternativas aos parlamentares sobre a reforma que não penalizem ainda mais os brasileiros.
“O senador vai votar contra mudanças na aposentadoria e no BPC, pontos que consideramos já pacificados pelo Congresso Nacional. Mas também explicamos a ele que alguns modelos defendidos pelo governo, como a capitalização não funcionam. Estive recentemente no Chile e esse modelo tem levado inclusive muitas pessoas a cometer suicídio lá”, pondera.
Medeiros também defende que a reforma não penalize ainda mais servidores públicos. “O servidor não está na regra do regime regal e passou a ter maiores dificuldades para se aposentar desde a reforma promovida no governo de Dilma Roussef. Hoje, comparado com a regra anterior, é necessário trabalhar ao menos mais 4 anos para conseguir a aposentadoria”, aponta.
Outro detalhe que Medeiros destaca é o da reforma trabalhista. “As mudanças na legislação trabalhista no governo de Michel Temer devem ser levadas em conta na reforma da previdência. Pelo que sabemos, aumentou muito o trabalho informal no Brasil. Quantos vão conseguir comprovar 40 anos de contribuição previdenciária num mercado de trabalho maluco como o de hoje?”, questiona.