Política

Fechamento da Braskem pode representar um baque na economia do Estado, diz secretário Rafael Brito

Por Blog do Edivaldo Junior 10/05/2019 09h09
Fechamento da Braskem pode representar um baque na economia do Estado, diz secretário Rafael Brito
Reprodução

A decisão da Braskem, de paralisar a produção em Alagoas, foi uma grande surpresa até mesmo para o governo do Estado. O impacto desta medida na economia do Estado ainda será calculado. Mas já se sabe que vários setores poderão ser afetados – inclusive a arrecadação de impostos estaduais e municipais, além do faturamento de grandes empresas que fornecem produtos e serviços para a multinacional. De cara, as mais afetadas, aparentemente, seriam Algás (Gás Natural), Equatorial (energia), prestadores de serviço (mão de obra, logística etc.)

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas, Rafael Brito, o “fechamento” da Braskem pode representar um “baque muito grande” na economia do Estado.

“A Braskem tem um grande peso na economia do Estado de Alagoas, especialmente para cadeia da química e do plástico que gera mais de 10 mil empregos diretos e indiretos e tem mais de 80 empresas”, pondera.

Brito, que também foi afetado pela “tragédia do Pinheiro” (sua família morava no bairro), defende que a Braskem deve continuar operando em Alagoas, desde – claro – que suas atividades não representem novos riscos para a população.

Mas, aponta o secretário, nenhuma decisão deve ser apressada. Ele já conversou com gestores da Braskem por telefone e espera se reunir com diretores da empresa na próxima semana para buscar saídas que evitem perdas para Alagoas.

“No momento da crise é importante que a gente separe a emoção e tome as decisões com a razão e principalmente com bom senso”, pondera.

 

A íntegra da entrevista com Rafael Brito você logo a seguir.

 

 

O que diz a Secretaria da Fazenda?

Conversei também com o secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro. Ele também está preocupado com a paralisação da Braskem, mas por outra ótica: “a gente vai sentar, vai estudar um esse assunto, ver quais são os impactos. Não é só a arrecadação direta dela. Também tem outros elementos que podem interferir na questão econômica do Estado. A gente vai sentar com calma para dar uma analisada nisso”, aponta. Daqui a pouco tem mais. Ainda hoje publico o texto com a entrevista com George Santoro.

A defesa do bom senso 

Veja os principais pontos da entrevista com o secretário da Sedetur, Rafael Brito:

Discussão transparente

É importante que, com muita responsabilidade, a gente possa discutir abertamente com a sociedade este tema. O fechamento da Braskem não resolve o problema que já existe. Acredito que para este problema atual a sociedade como um todo conta com a Justiça, que sem dúvida decidirá de forma justa quem são os culpados e a punição para estes culpados, seja em caráter de indenização, moral, material. Para isso a sociedade conta com a Justiça, que em momento como este, sempre toma as decisões de forma que todos saiam satisfeitos.

O peso da Braskm

Não podemos esconder neste momento a importância e a relevância que a Braskem tem para a economia do Estado de Alagoas, mais precisamente para a cadeia da química e do plástico de Alagoas que hoje emprega mais de 10 mil pessoas e tem mais de 80 empresas diretamente ligadas a esta cadeia.

Isso é um baque muito grande. Sem dúvidas se a Braskem não estivesse presente em Alagoas a gente não teria empresas como a Krona, a ZTT, Joplas, Tigre, ADS. Enfim são empresa que qualquer outro Estado gostaria de receber.”

Continuidade das operações

Então o momento é crítico, é momento de discutir muito. Mas desde que as Braskem não represente em suas atividades mais riscos à população é importante sim que seja retomada a sua produção, para que não se prejudique essa grande quantidade de pessoas que vivem diretamente desta cadeia (química e plástico).

No momento da crise é importante que a gente separes a emoção e tome as decisões com a razão e principalmente com bom senso.

Drama pessoal

Eu pessoalmente também fui afetado. Meu pai minha e mãe tiveram que sair de casa, por causa desse problema. Meu pai não queria sair de casa depois de 22 anos (morando no Pinheiro), mas teve que se mudar. Ou seja minha família foi diretamente afetada por esse problema, mas a gente precisa separar as coisas e reconhecer a importância econômica que tem para o estado de Alagoas uma cadeia industrial tão consolidada como é a cadeia da química do plástico.”

Saiba mais sobre o fechamento da Braskem: Braskem anuncia paralisação das atividades em Alagoas após laudo da CPRM