Política
Deputada do MDB faz duras críticas à Secretaria de Educação de AL
O debate na Assembleia foi iniciado por cobranças ao programa Escola 10
Na última quarta-feira (28), durante a sessão da Assembleia Legislativa, a bancada do governo e a oposição do vice-governador e secretário de Educação do Estado, Luciano Barbosa, foram alvo de várias críticas por parte de alguns deputados.
No plenário, Davi Maia (DEM) fez cobranças sobre o Programa Escola 10, prometido e ainda não entregue pelo Estado, aos municípios que melhoraram o IDEB, abrindo um intenso debate na Casa.
Mas, as maiores críticas vieram por parte da deputada Jó Pereira, do mesmo MDB do governador Renan Filho e de Luciano Barbosa.
Jó criticou a ausência da Secretaria de Educação nas discussões sobre a política educacional, que são realizadas em sessões públicas na Assembleia Legislativa de Alagoas.
“Realizamos audiências públicas e insistentemente nos deparamos com a ausência da Secretaria de Educação, que faz ‘carta de papai noel’ com o Plano Estadual de Educação e mostra mais uma vez a falta total de planejamento”, afirmou.
Em defesa de Barbosa saíram apenas o líder do governo, Sílvio Camelo (PV) e o deputado Ricardo Nezinho, MDB. Como argumento, Nezinho citou melhorias na reforma e construção de escolas e ginásios e o avanço do Fundeb.
Jó Pereira ressaltou que qualidade da educação não se mede por obras, mas por indicadores: “20% das nossas crianças de até 8 anos não sabem ler, são analfabetas”, disse.
A deputada deu ainda outro dado preocupante: “em 2014 tínhamos na rede estadual, incluindo ensino médio e fundamental 205 mil alunos hoje temos, em 2018, 178 mil alunos. Ou nós monitoramos esses números ou vamos estar investindo no que não precisa, no que não é prioridade. Escolas precisam ser reformadas ao mesmo que ofertamos professores, com formação valorização, tecnologia que tragam o aluno para dentro do ambiente de ensino”, disse.
“E falando da rede de ensino médio exclusivamente, só do ensino médio, que é de responsabilidade exclusiva do Estado, em 2014 eram 103 mil alunos. Em 2018 eram 94,4 mil. Ou seja houve uma redução de 9,3%, o que significa cerca de 70 mil jovens de 15 a 17 anos fora da escola. Esses sã números que precisamos nos debruçar e melhorar. Toda a matricula de Alagoas 24% é do Estado e 76% dos municípios. Existe uma sobrecarga nos municípios alagoanas”, completou.
Falta o 15º
O debate na Assembleia Legislativa foi iniciado pela discussão de projeto do Executivo que pede autorização para pagamento do prêmio, cerca de R$ 20 milhões, para os municípios.
A deputada pediu, durante aparte no discurso de Davi Maia, que “a Casa faça um esforço conjunto para que o governo do Estado encaminhasse complemente o projeto com o 15º dos professores”, outra premiação prometida e não entregue no programa Escola 10.
“É necessário que o governo encaminhe junto como repasse para os municípios o acréscimo do 15o dos professores que tanto se esforçaram para conseguir os resultados do IDEB que foram alcançados”, apontou.