Política

Deputados classificam como ataque à ALE reação de diretor durante fiscalização

Cibele Moura esteve na Escola Estadual Saturnino de Souza, em Matriz do Camaragibe, e constatou falta de merenda no local

Por Gazeta Web 02/10/2019 10h10
Deputados classificam como ataque à ALE reação de diretor durante fiscalização
Foto: Divulgação

Deputados classificaram como "ataque ao parlamento" a reação do diretor da  Escola Estadual Saturnino de Souza, José Cristiano de Oliveira, durante visita da deputada Cibela Moura, à unidade escolar, situada em Matriz do Camaragibe, Durante a fiscalização, ela constatou que os estudantes estavam sem merenda há dias e a dispensa vazia.

Na sessão ordinária desta terça-feira (1º), a deputada relembrou o caso e assegurou que, apesar do ataque, o projeto de fiscalizar a rede estadual, denominado "Rota da Educação", vai continuar. 

Ao final do pronunciamento nesta terça-feira (1º), a deputada informou que vai convocar o diretor para dar explicações na ALE. "Vamos apresentar um pedido de convocação, porque convite é para quem colabora e ajuda o Estado. Quem não faz isso, tem que vir aqui para prestar esclarecimentos. Estamos estudando qual será a melhor maneira para que isso seja feito", disse Cibele. 

Durante pronunciamento, ela foi ainda mais contundente, em relação ao dia em que teve sua presença contestada. Na rede social onde divulga as ações como parlamentar, ela havia dito que evitou entrar no clima tenso criado durante a visita.

"Ontem recebi um vídeo de uma reunião que ele fez para falar de mim. Nele, ele diz: 'nem o Judiciário veio aqui para obrigar a fazer uma reforma. E uma deputada com 24 anos, metida a cavalo do cão, que fazer algo'. Isso me magoou como deputada", afirmou Cibele.

Segundo a deputada, o desentendimento ocorreu no momento em que estava conversando com os estudantes e já havia apurado que eles estavam sem receber a merenda há alguns dias. Foi nesse momento que o diretor, que estava fora da unidade, chegou e questionou a presença dela no local sem aviso prévio. 

"Uma escola onde estava faltando merenda por dois dias e que precisa de uma reforma, inclusive, já falei sobre isso com o secretário. Não vou desistir e continuar visitando o máximo de escolas possível. São pessoas como esse diretor que não querem que a educação avance", completou Cibele.

Apoio

Jó Pereira (MDB) lembrou que a merenda escolar, em Alagoas, é descentralizada. Por isso, a fiscalização as unidades é importante. "Não é possível que uma parlamentar seja impedida de exercer uma de suas maiores funções, que é a de fiscalização. Apelo ao diretor para que tenha nesse parlamento um aliado e uma parceira para a educação", interveio Jó.

Segundo o deputado Davi Maia (DEM), um dos problemas é que as pessoas não estão acostumadas com a presença dos deputados nas ruas. "Isso que aconteceu é uma afronta à ALE. Esse diretor tem muitas explicações a dar, principalmente, a esta casa", afirmou Maia.

Até o vice-presidente da ALE, deputado Galba Novaes (MDB), foi solidário e rechaçou o posicionamento adotado pelo diretor da escola. Ele defendeu a continuidade do projeto de fiscalização das escolas estaduais. 

"Ir às escolas é uma forma de colaborar com o governo. Tenho certeza que o governador aplaude isso de pé. É isso que tem que ser feito, porque quando é descoberto algum problema, não é responsabilidade direta do governador, mas sim de seus colaboradores", declarou Galba. 

O presidente da Comissão Estadual de Educação, deputado Marcelo Beltrão (MDB), lembrou que o diretor da escola estava ausente da unidade no momento da visita. "É muito importante que isso seja esclarecido. E saber o motivo que o levou a agir dessa maneira, porque isso só demonstra que ele tinha algo a esconder", destacou Marcelo. 

O líder do governo, deputado Silvio Camelo (PV), chamou o gestor da escola de "despreparado". Ele também se posicionou favorável à fiscalização e se ofereceu para acompanhar a deputada Cibele Moura em outras atividades em unidades de ensino.