Mesmo em segredo de Justiça, a denúncia do Ministério Público Estadual contra o prefeito de Delmiro Gouveia, Eraldo Joaquim Cordeiro, o Padre Eraldo, vazou na imprensa.

O processo, que tem mais de 190 páginas, pede a punição de 72 pessoas.

Vários dos envolvidos na denúncia tem garantido que são inocentes. A julgar pelas informações que circulam em Delmiro Gouveia, dois ex-secretários da gestão de Eraldo Cordeiro estariam de fato implicados na suposta fraude de licitação e desvio de recursos públicos.

Apesar de não ter envolvimento direto com o processo licitatório, muitos delmirenses entraram na lista do MP.

Um dos acusados é o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Delmiro Gouveia, Valdo Sandes, que foi candidato a prefeito em 2018, cotra Padre Eraldo e Givaldo Carimbão. Valdo avalia que seu nome foi citado indevidamente em uma delação. “Não só o meu, mas como o nome de várias outras pessoas aparece de forma equivocada”, aponta.

Até que consiga provar sua inocência – o que assegura que fará – Sandes continuará exposto: “fiquei surpreso com essa acusação. Esse é mais um dos abusos, expondo pessoas sem ter nada a ver com o processo”, desabafa.

Além de Valdo e Eraldo, a lista de denunciados inclui também vereadores, secretários, ex-secretários e servidores do município e várias outras pessoas que teriam relação direta com a empresa denunciada (Avante), na sublocação de veículos para prestar serviços à prefeitura.

O MP teria pedido ainda a prisão preventiva de alguns acusados e o afastamento dos cargos de 57 integrantes e ex-integrantes da gestão municipal.

A denúncia foi apresentada pelo MPE/AL em 26 de setembro passado e trata da investigação de um suposto esquema de fraude de licitação que teria desviado recursos públicos na locação de veículos no ano de 2017.

Esclarecimentos

Em texto enviado a um blog local, Valdo Sandes comentou o processo do MPE.

“Caro Jornalista, considerando o teor da matéria veiculada nesse blog e que repercute a denúncia que contra mim fora ofertada pelo Ministério Público Estadual, venho esclarecer que a narrativa e as imputações nela implementadas são absolutamente inverídicas e decerto serão rejeitadas pelo Poder Judiciário, uma vez que amparadas em meras declarações verbalizadas por delatores que não apresentaram qualquer elemento de corroboração, providência que a eles era impossível exatamente porque com tais pessoas nunca mantive qualquer relação ou tratativa.

A despeito da surpresa e perplexidade decorrentes da notícia de que contra mim iniquamente fora proposta uma ação penal, afirmo que nos meus aproximados 30 (trinta) anos de vida pública jamais cometi qualquer tipo de irregularidade administrativa e não permitirei que a minha história de trabalho honesto e probo seja enxovalhada por aqueles que, buscando despudoramente garantir a impunidade de seus malfeitos, não hesitam em criar enredos mirabolantes para vincular terceiros às condutas ilícitas que se põem a confessar.

Mantenho-me tranquilo e confiante de que a verdade prevalecerá”.