O deputado estadual Davi Maia (DEM) criticou duramente o governador Renan Filho (MDB) durante audiência pública, nesta segunda-feira (21), na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), que discutiu os impactos e ações para conter a presença de petróleo cru no litoral alagoano. 

Durante o discurso, o deputado acusado o governador de ser omisso ao não levar em conta a gravidade do problema para o meio ambiente, os pescadores e toda a cadeia do turismo.

Até o momento a poluição atingiu 192 praias, em 79 municípios, sendo que 30 pontos somente em Alagoas - de Barra Grande, em Maragogi, a Foz do Rio São Francisco. 

"Estamos em situação de emergência ambiental, como determina à Lei. Isso não pode ser negado. Houve uma demora grande do governador Renan Filho (MDB), que levou 39 dias até ir a um dos locais, e do próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) que viajou para o Japão e não veio pisar nas areias do nordeste", denunciou Davi.

Segundo o parlamentar a falta de sensibilidade de Renan está deixando centenas de pescadores, trabalhadores do setor hoteleiro e gestores municipais à toa. Isto porque conforme explicou a decretação do "Estado de Emergência" é decisiva para o envio de recursos do Governo Federal, por meio do Fundo de Emergência.

Como exemplo ele lembrou que os gastos com voluntários, caçambas e retroescavadeiras, em Japaratinga, nos últimos final de semana foi de R$ 62 mil. O dinheiro serviu para pagar óleo diesel e alimentação para os voluntários. "Isso compromete os cofres públicos de um município que já tem baixa arrecadação", completou.

A crítica pontual, fundamentada em dados colhidos nos municípios atingidos, após a conversa com pescadores e empresários foi tão bem articulada que nem a liderança do governo teve argumentos para rebatê-lo.

Um dos maiores especialistas em meio ambiente na ALE, Maia preside a comissão de Meio Ambiente e foi o autor da convocação do debate que contou com a presença de especialistas, como o biólogo e professor Dr. da Ufal, Robson Guimarães, o Secretário de Meio Ambiente, Fernando Pereira e até mesmo um representante do Green Peace, Marcelo Lima.