Política
Deputados de AL debatem privatização da Casal
O processo pode ser concluído já no primeiro semestre de 2020 e levanta discussões entre os Parlamentares
A privatização da maior empresa pública do Estado, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) pode ‘render’ até R$ 500 milhões para seu maior acionista – o Executivo Estadual.
A ‘outorga’ mínima prevista, segundo o secretário de Infraestrutura do Estado, Maurício Quintella, é de R$ 250 milhões.
O projeto de de transferência dos serviços de água e esgoto da companhia, embora o governo prefira evitar o uso do termo ‘privatização’ está avançado. E se depender da equipe econômica, será concluído ainda no primeiro semestre de 2020.
Antes disso, será preciso superar a resistência (e os protestos) de funcionários da Casal e a resistência crescente entre lideranças políticas do Estado.
E pelo menos nessa questão específica, Alagoas vive uma situação inusitada na Assembleia Legislativa.
O maior apoio à privatização vem justamente de um deputado reconhecido por sua atuação como oposicionista. Por razões ideológicas, Davi Maia (DEM) defende não só a privatização mas de qualquer outro serviço público que possa ser transferido à iniciativa privada.
Já as vozes que se levantam contra a privatização da Casal vem principalmente de ‘aliados’ que evitam falar publicamente para não bater de frente com o Palácio dos Palmares.
Deputados da chamada ‘ala independente’, que asseguram a ‘governabilidade’ e tem boa relação com o governo, ficam mais livres para se contrapor à privatização. É o caso de Inácio Loiola (PDT). O parlamentar criticou duramente a proposta de privatização durante a sessão da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, 13.
“Sou obrigado a discordar de todos vocês. Vai chegar um ponto que o Estado vai entregar tudo e nós não vamos mandar em nada. O Estado não é incompetente, incompetente é quem está a frente do Estado. Nenhuma região no mundo, eu já disse isso aqui reiteradas vezes, se desenvolve sem esse tripé: água, estrada e energia. Nós já temos o exemplo da privatização do setor elétrico, o exemplo da privatização das estradas, mas se voltando para a questão da água em Alagoas é uma situação delicada e precisamos analisar friamente e tecnicamente, e não ser tomado pela emoção”, afirmou.
Inácio Loiola apresentou requerimento solicitando a realização de uma sessão pública para discutir o processo de concessão e privatização da Casal – Companhia de Saneamento de Alagoas no plenário da Assembleia, assim como sensibilizar os demais parlamentares sobre a importância da não privatização de diversos serviços públicos no estado.
“O requerimento tem como finalidade construir um serviço público de acesso para toda a sociedade alagoana. Vamos discutir tecnicamente as deficiências enfrentadas pela companhia de abastecimento e saneamento, as diretrizes do projeto e apresentar os impactos da privatização da Casal para os consumidores, principalmente, àqueles que não foram contemplados com um sistema eficiente de abastecimento no seu município e também pelo uso das águas do Canal do Sertão”, reforçou o deputado.
Saiba mais:
Leia texto da assessoria da ALE sobre o pronunciamento de Inácio Loiola
Inácio Loiola se posiciona contrário à politica de privatizações em Alagoas
Textos produzidos pelo Blog do Edivaldo Júnior sobre privatização da Casal:
Privatização da Casal: quando governo e oposição falam a mesma língua
Privatização da maior empresa pública de Alagoas está “liberada”