Política
Bolsonaro bateria todos os oponentes se eleição fosse hoje, revela pesquisa FSB/Veja
O presidente só teria a reeleição ameaçada caso o ministro da Justiça, Sergio Moro, resolvesse entrar no páreo.
Jair Bolsonaro seria reeleito caso as próximas eleições presidenciais fossem hoje. Pelo menos é isso que aponta uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (6) pelo Instituto FSB e pela Veja. De acordo com o estudo, que avaliou os diversos cenários eleitorais possíveis para 2022, Bolsonaro ganharia de Lula no segundo turno com uma diferença de cinco pontos percentuais. Mas passaria com facilidade por Haddad, Ciro, Huck e Doria. O presidente só teria a reeleição ameaçada caso o ministro da Justiça, Sergio Moro, resolvesse entrar no páreo.
De acordo com a pesquisa FSB/Veja, em um cenário em que Bolsonaro (s/partido) e Lula (PT) se enfrentam na disputa presidencial, o atual presidente receberia 32% dos votos e Lula, 29%. Ainda haveria 9% de votos para Ciro Gomes (PDT), 9% para Luciano Huck (s/partido), 5% para João Amôedo (Novo) e 4% para João Doria (PSDB). No segundo turno, Bolsonaro também sairia na frente com 45% dos votos válidos, contra 40% de Lula. Nesse caso, 10% dos entrevistados disseram que não votariam em nenhum dos candidatos, 4% anulariam o voto, 1% votaria branco e 1% não respondeu.
Já se o ex-presidente Lula continuasse inelegível e apontasse Fernando Haddad como o nome do PT para 2022, Bolsonaro receberia 33% dos votos; Haddad, 15%; Luciano Huck, 12%; Ciro Gomes, 11%; Amôedo, 5%; e Doria, 3%. No segundo turno, porém, o atual presidente ampliaria a distância do PT: Bolsonaro teria 47% dos votos e Haddad 32%.
Caso Bolsonaro não concorra e Lula enfrente Moro nas eleições de 2022, o atual ministro da Justiça também ficaria à frente do ex-presidente. Moro teria 32% dos votos e Lula 29% no primeiro turno. E essa distância se ampliaria no segundo turno: 48% x 39%. Se a disputa fosse entre Moro e Haddad, o ex-juiz também ganharia. Em um possível segundo turno, ele teria 52% dos votos e Haddad, 29%.
Já se Moro concorre com Bolsonaro e Haddad, Bolsonaro teria 28% dos votos; Haddad, 16%; Moro, 15%; e Huck, 13% no primeiro turno. Caso acontecesse um segundo turno entre Bolsonaro e Moro, contudo, haveria um empate técnico. É que, hoje, a pesquisa aponta 36% de votos para Bolsonaro e outros 36% para Moro, além de 2% de votos brancos e 7% de nulos. Nesse cenário, 18% dos entrevistados não votaria nem em Bolsonaro nem em Moro e 1% não respondeu.
A força eleitoral de Sergio Moro fica ainda mais clara quando os entrevistados foram questionados sobre quem poderia receber o seu voto em 2022. Neste caso, 56% disseram que poderiam votar em Moro, 49% em Bolsonaro, 47% em Luciano Huck, 43% em Lula e 36% em Ciro Gomes. Quando a pergunta é invertida para "em quem você não votaria de jeito nenhum", Moro também registra a posição mais confortável, com 35% dos votos. Já a maior rejeição é de Haddad. O petista tem 60% dos votos. Depois vêm Lula com 56%, Ciro com 54%, Doria com 52% e Bolsonaro com 48%.
A pesquisa do Instituto FSB e da Veja ouviu dois mil eleitores, dos 27 estados brasileiros, entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro de 2019, por telefone. A margem de erro no total da amostra é de 2 pp, com intervalo de confiança de 95%.
Avaliação: 31% aprova o governo e só 12% o Congresso
A pesquisa FSB/Veja também ouviu a opinião dos brasileiros sobre o governo de Jair Bolsonaro e as atividades do Congresso Nacional. E a conclusão é que, apesar de ainda ter mais avaliações negativas que positivas, o Executivo é melhor avaliado que o Legislativo.
Segundo o estudo, 35% dos brasileiros classificam o governo de Jair Bolsonaro como ruim ou péssimo, 31% dizem que o governo é regular e outros 31% classificam o trabalho do Executivo como bom ou ótimo. Já o Congresso é visto como ótimo ou bom por apenas 12% dos entrevistados. O Legislativo ainda recebeu 36% de avaliações regulares e 48% de avaliações ruins ou péssimas.
O material mostra ainda que a rejeição ao governo Bolsonaro variou para baixo entre outubro e dezembro, saindo de 37% para 35%. Isso porque as expectativas de que o governo seria melhor ou muito melhor que o esperado variaram para cima, passando de 27% para 29%. A expectativa de que o governo seria pior ou muito pior que o esperado ainda é maior, mas, com isso, acabou variando para baixo, saindo de 43% para 41%.
No governo, como indicava a pesquisa eleitoral, Moro tem a melhor avaliação ministerial. Ele é apontado como o melhor ministro de Bolsonaro por 24% dos entrevistados, bem acima do segundo colocado: Paulo Guedes (Economia), que recebeu 7% dos votos. Na terceira posição, empatam com apenas 1% dos votos Abraham Weintraub (Educação), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Já Ricardo Salles (Meio Ambiente), Onyz Lorenzoni (Casa Civil) e Damares Alves (Direitos Humanos) foram apontados apenas como o "segundo melhor ministro" e com só 1% dos votos.