A política de Alagoas tem, no cenário atual, dois grandes e poderosos grupos políticos. Um orbita em torno do governador Renan Filho (MDB), o outro em torno do prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSDB).

Esses dois grupos foram responsáveis pela eleição de dois senadores (um pra cada lado) e 9 deputados federais, e por 26 dos 27 deputados estaduais de Alagoas em 2018.

As composições em torno das eleições do próximo ano pode promover um grande rearranjo nas forças políticas alagoanas resultado na formação de um terceiro grupo, com força e poder semelhante.

Todo o processo de manutenção ou mudança do ‘status’ passa, principalmente, por Maceió e pela capacidade de articulação de lideranças importantes.

No momento, lideram essas articulações, além de Rui Palmeira, o deputado federal Arthur Lira (PP), o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor (SD) e o senador e presidente do PSDB, Rodrigo Cunha.

O senador trabalha, sem fazer segredo, para levar João Henrique Caldas (PSB) à prefeitura de Maceió e tem tentando atrair, aparentemente, o deputado federal Marx Beltrão para o “diálogo”. Marx, além de anunciar emendas parlamentares com JHC para Maceió, tem sido visto com frequência na companhia do senador tucano e do deputado socialista na capital alagoana. Mas por enquanto ele continua na base de RF e não tem dado sinais de que pretende romper com o governo.

A candidatura de João Henrique Caldas parece ser o principal ponto de divergência no grupo. Nem Rui, nem Arthur, nem Marcelo Victor querem JHC e buscam um nome com bom trânsito na política para a missão. Exceto Rui, eles também não mantém nenhum tipo de interlocução com Cunha.

Se chegarem a uma composição com Rui Palmeira em torno deste nome, devem formar a partir de Maceió a base de uma chapa completa para as eleições de 2022, enquanto Cunha tende a formar uma terceira via.

Os caminhos das eleições apontam ainda, nos bastidores, para uma hipótese de aliança futura entre Arthur e Marcelo Victor, com Renan Filho, enquanto o grupo do governo segue apostando em candidatura própria na capital.

Já para 2020, Arthur e MV trabalham para conseguir o apoio de Rui Palmeira a um candidato do PP ou outro partido aliado à prefeitura. Rui por sua vez, estuda as opções entre um nome do PP, um nome do seu partido, o PSDB ou de formar uma nova aliança com Ronaldo Lessa.

Antes do final deste ano, algumas decisões serão tomadas. Dependendo da escolha que for feita por Rui Palmeira, teremos ou não uma terceira força política em formação em Alagoas.